Uma das duas artes de capa do EP, OUÇA-O AQUI
VULVALÁXIA é o novo EP do Projeto Ciberpajé, OUÇA-O AQUI! O álbum em 3 atos concretiza uma parceria musical com o lendário musicista Erwin de Groot, do Canadá, e seu projeto musical S.M.E.S. pioneiro mundial do estilo de música eletrônica extrema chamado de "cybergore". Erwin também integrou a reconhecida banda holandesa de grind Last Days of Humanity.
As 3 faixas produzidas trazem algumas das atmosferas mais extremas já criadas para o projeto, gerando um contraste interessante com a homenagem que é prestada na obra, totalmente dedicada aos aspectos sagrados e profanos do princípio feminino cósmico. Erwin de Groot fez questão de nomear os aforismos e descreveu a sua visão de cada uma das faixas:
Darei a minha curta explicação para os nomes das músicas e seu sentido conectando o aspecto feminino à Gaia. Para mim todas as vulvas representam a vida: - Aforismo I: Rainforest Oxigen (Oxigênio na Floresta Tropical) - a floresta tropical brasileira / sul-americana fornece oxigênio ao mundo e, se ela desaparecer, a vida desaparecerá. O mesmo acontece com as vulvas. - Aforismo II: The Mist (A Névoa) - é sobre a poluição e o ar poluído que destrói a Mãe Terra, por exemplo, na Cidade do México. Você não pode escapar dela ou fechar sua casa, ou os hospitais. - Aforismo III: Flourishing Flower (Flor Florescendo) - Nesse momento planetário, por causa da pandemia de Covid-19, as pessoas precisaram ficar dentro de suas casas, com isso muitos lugares estão tornando-se menos poluídos sem a nossa presença. Como por exemplo, em Veneza, Itália. A água mudou de marrom para azul e os golfinhos estão nadando lá novamente. Portanto, se as pessoas se esforçarem mais para manterem a natureza limpa, o planeta se tornará melhor e mais bonito como uma flor florescendo para todos os seres vivos.
Além dos aforismos gravados com sua voz, o Ciberpajé, como de costume, ficou responsável pela arte de capa e projeto gráfico do EP, dessa vez criando duas artes de capa alternativas, ambas lidando com os aspectos de geração e destruição ligados à Gaia e ao princípio cósmico feminino. Resgatando nelas múltiplos símbolos alquímicos do universo mágicko ficcional da "Aurora Pós-humana". A arte completa do EP está postada abaixo - incluindo o encarte com os aforismos -, e você pode ouví-lo e baixá-lo com todas essas artes em boa resolução NESSE LINK!
Mais uma obra magnífica de exposição absurdista! A condição humana, tão aleatória mas sempre atrelada a natureza, consegue ao mesmo tempo louvar e abnegar sua existência bem como o meio que a concebeu - numa trajetória tipicamente Camusiana de se representar. Você trabalha isso com tanta maestria, meu amigo. Existe um louvar à vida sempre permanente em tuas produções, mas ao mesmo tempo uma dúvida existencial, que assombra e busca permanecer ali como um fantasma à espreita (tal qual é nossa condição de seres conscientes de si, tão errantes e intermitentes nas crenças e percepções). Tal dúvida não é apenas uma condição natural pertinente à nossa condição de existir de compreensão limitada, mas uma "não-forma" de permitir a criação no vácuo daquilo que desconhecemos, de modo que, na sua arte, você bebe dessa arte naturalista e xamânica. Atento ainda à etimologia deste termo (e título ou consagração) "xamã", do manchu-tungus, sendo "aquele que enxerga no escuro", ou seja, enxergar no escuro remete sempre aquele que vê o que os outros não vêem. No entanto, esta visão pode ser qualquer coisa, desde uma fenomenologia dos sentidos até uma mitologia construída pela linguagem, esta fruto da consciência decodificadora humana. Enfim, não importa, pois o que reside é a mensagem e o efeito e é disto que se trata a transformação e a dimensão para os acontecimentos futuros.
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