Ciberpajé em pose acadêmica diante do pôster
No dia 4 de setembro aconteceu no Centro Cultural da Caixa Econômica, em Brasília, o II Enquadrinhos. O I Enquadrinhos aconteceu em 2015 e teve o Ciberpajé Edgar Franco como um dos palestristas convidados. O evento é uma iniciativa que busca unir pesquisas acadêmicas e também criadores de quadrinhos, contando com apresentação de pôsteres, mesas de debate, feira de publicações independentes e oficinas. A programação ocupou todo o dia e o evento foi realizado no contexto da 12a Bienal Brasileira de Design Gráfico que acontece também no Centro Cultural da Caixa Econômica. O II Enquadrinhos teve como presidente da comissão organizadora, a professora Doutora Selma Regina Nunes Oliveira, e foi Idealizado pelo GIBI – Grupo de Pesquisa em Histórias em Quadrinhos, vinculado a linha de pesquisa em Imagem, Som e Escrita do programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (PPG-FAC/UnB).
O Ciberpajé apresentou o pôster intitulado "Quadrinhos Expandidos: processo criativo de Nuasca, narrativa gráfica e sonora inspirada em experiência visionária com ayahuasca.", nele ele trata do processo criativo de uma história em quadrinhos expandida (FRANCO, 2017), entendendo como HQs expandidas não só aquelas que se utilizam de novos recursos tecnológicos e hipermidiáticos na sua linguagem e fruição, mas também aquelas que lançam mão de recursos não tradicionais para a sua gestação. Sobretudo os quadrinhos criados sob influência dos enteógenos que funcionam como “softwares livres da natureza” (Franco 2014) expandindo nossa consciência aos ENOC – estados não ordinários de consciência (MIKOSZ, 2015), com destaque para a ingestão do enteógeno ayahuasca, bebida utilizada ritualisticamente por povos indígenas da América do Sul. “Nuasca” é uma narrativa gráfica e sonora criada utilizando como base cinco estágios de uma experiência de ingestão de ayahuasca realizada no ano de 2016. O fruto dessa experiência é uma história em quadrinhos de cinco páginas composta por cinco HQforismos (BARROS, 2016), cada um deles relativo à um dos estágios/fases da referida experiência que também gerou um EP da banda “Posthuman Tantra”, com cinco faixas musicais que retratam os mesmos estágios e utilizam como letras os textos aforísticos presentes na HQ. O processo criativo levou em conta - para a definição dos estágios da experiência - os estudos de Eduardo Ekman Schenberg et al. (2015) sobre os efeitos bifásicos da ayahuasca, segundo os quais por volta de uma hora após a ingestão ocorreram diminuições das ondas alfa (8 a 12 ciclos por segundo) no córtex temporo-parietal, e cerca de duas horas após a ingestão as ondas alfa retornam ao padrão, mas os ritmos gama, de frequências muito altas (30 a 100 ciclos por segundo), se intensificaram por quase todo o córtex cerebral. As imagens da HQ foram criadas a partir das visões obtidas (Shanon, 2002) nos dois estágios e em sua sobreposição pela ingestão de novas doses. O Ciberpajé lançou recentemente o livro "Quadrinhos Expandidos: das HQtrônicas aos plug-ins de neocortex" detalhando suas pesquisas de processos criativos nessa área, saiba mais e adquira o livro aqui.
Ciberpajé, a amiga Lino Ao Léu e alguns alunos de design que se interessaram pela pesquisa
Ciberpajé e a quadrinista e pesquisadora Cátia Ana que também apresentou seu pôster no evento
O Ciberpajé e seu orientando de doutorado Matheus Moura, que apresentou pôster sobre sua pesquisa de quadrinhos visionários
O Ciberpajé e o professor Dr. Wagner Rizzo (UnB), mestre de cerimônia do evento
Pôster do Ciberpajé
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