sexta-feira, 19 de novembro de 2021

[Resenha] EP Ciberpajé - Kopel Conká: Noise não é para curtirmos e sim, para despertar em nós o que é incômodo e talvez até mesmo extravasar alguns bloqueios internos, por Larissa Dias.

Arte do Ciberpajé


Eu não curti muito o EP Ciberpajé - Kopel Conká (ouça-o aqui) pelo estilo Noise, que não gosto, mas entendo perfeitamente que o próprio estilo não é para curtirmos e sim, para despertar em nós o que é incômodo e talvez até mesmo extravasar alguns bloqueios internos. Por isso mesmo acho que neste caso a música de Kopel se encaixa perfeitamente com com os aforismos do Ciberpajé, que na minha humilde visão, vem justamente frisar o incômodo desta perda de esperança humana com as repetições sofríveis das ações que infelizmente coordenam nosso mundo… E se não aprendermos nada com elas, nem existe um sentido para a “Vida e Morte que seguem”.

As imagens da capa e encarte criadas pelo Ciberpajé são bem fortes, com tentáculos, olhos e chifres mostrando uma necessidade de prender ou de se libertar, de ter uma visão alternativa que direcione ou que nos tire dessa incoerência na qual vivemos, além dos chifres que são nossa defesa mais instintiva. Além disso, as imagens parecem ter tecidos que se sobrepõe e em alguma instância, um útero, onde tudo o que passamos fica sendo gestado e gestado… São nossas experiências conduzindo nosso processo criativo a fazer nascer de nós o produto completo, mesmo que este seja bom ou mau.

*Larissa Dias é escritora, psicoterapeuta e editora da Revista Eletrônica Mitologia Aberta, em São Paulo.

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