sexta-feira, 8 de novembro de 2019

[Resenha] EP "Ciberpajé - Lobo Infinito": Uma obra diferenciada para ser vista, lida e ouvida. Por Julie Albuquerque


O multi-artista, multimídia e/ou artista transmídia CIBERPAJÉ (a.k.a Edgar Franco), lançou em setembro de 2019 mais um incrível e instigante trabalho sonoro. Trata-se do petardo musical batizado de "Lobo Infinito" e que conta com a participação do conceituado e renomado MELEK-THA (da França) nas músicas e mixagens deste fabuloso EP.

O CIBERPAJÉ ficou a cargo das vozes potentes e narrativas dos aforismos (a palavra aforismo tem origem no grego aphorismós, cujo significado é "definição breve, sentença" ), e também da arte e projeto gráfico do EP que foi gravado no estúdio Armageddon na França. Vale ressaltar aos incautos e desavisados que este EP é um trabalho e projeto sonoro/musical paralelo à pioneira e performática banda também formada e liderada pelo fodaralho CIBERPAJÉ (mentor/criador). Estou referindo-me ao fodástico projeto musical de renome internacional POSTHUMAN TANTRA (banda de dark ambient) com o qual ele realiza performances cíbridas multimídia e também onde são criadas as suas ambiências sonoras para a "Aurora Pós-Humana" (um universo ficcional de ficção científica multimídia/transmídia, ou seja, de narrativas em diversas mídias e suportes, também concebido por ele, para as mais diferentes formas de expressão como poemas, aforismos, quadrinhos poéticos-filosóficos, HQforismos, HQtrônicas, animações, games, videoclipes, músicas e álbuns conceituais, e por aí vai). Inclusive suas apresentações ao vivo envolvem efeitos computacionais em realidade aumentada, interação com vídeos, performances teatrais e mágica eletrônica. 

Mas voltando à este EP do CIBERPAJÉ, o "Lobo Infinito", ele é tão bom (estou ouvindo-o repetidas vezes enquanto escrevo essa resenha numa agradável noite de sábado), que nem sei por onde começar a fazer minha análise. Será que começo pela belíssima arte da capa e encarte no traço único e inconfundível do mais que talentoso transmidiático CIBERPAJÉ ? Ou pelos excelentes aforismos compostos e escritos também por ele? Ou então pelas maravilhosas e sombrias composições musicais/sonoras feitas por MELEK-THA ?

Bom, acabei optando por analisar e resenhar primeiro as músicas e os aforismos recitados nelas, na ordem do EP, faixa por faixa, fazendo comentários a respeito de minha modesta/singela/simplória visão e interpretação de cada uma delas, já que são apenas 3 faixas.


      Aforismo I: nesta primeira faixa somos apresentados a um som bem dark, sombrio, ambiente e atmosférico, onde o clima pesado e carregado de densidade se mistura com uma batida primitiva e rítmica, soando e transmitindo assim um ar e clima primitivo tenso e obscuro propositalmente. Ela é uma faixa longa e tem mais de 8 minutos. Já o aforismo/letra é sobre o esplendor de mais uma noite que chega para o lobo selvagem desfrutar dela com entusiasmo, narrando os seus prazeres e deleites durante todo o período e ciclo do reinado de trevas e escuridão ao qual tanto aprecia e celebra noite após noite, e que só tem a luz e o brilho da lua como companheira luminosa no seu tempo e ciclo certo.


      Aforismo II: nesta segunda faixa, a mais longa delas e também com mais de 8 minutos, não temos mais a batida rítmica e primitiva, mas a densidade ambiente e atmosférica continuam com o seu clima soturno somado - em determinadas partes - à um som de órgão com aquela levada meio-vampírica, saca?! Já o aforismo/letra narra um sonho ruim quel o lobo teve, na verdade um pesadelo tenebroso e repulsivo, já que ele sonhou que era um ser humano desprezível e repugnante. Mas ao despertar, o lobo sente o alívio de ser o que é  e relaxa após correr num prado sob a bênção do luar e sacia a sua fome selvagem abatendo mais uma presa que degustou impiedosamente.


      Aforismo III: nesta terceira e última faixa, a mais curta do EP tendo pouco mais de 5 minutos, o ar sombrio e tenebroso juntamente com o clima denso/atmosférico/ambiente continuam prevalecendo, mas agora com uma batida cadenciada (lenta/marcante/espaçada), e também com uma espécie de urro que aparece em certas partes. Já o aforismo/letra é sobre os vários nomes dados ao 'capiroto', uma força maior e subversiva que é temida pelos fracos de mente e espírito.


Agora que analisei e resenhei as músicas, só falta a arte da capa e encarte. Mas o que dizer e comentar que já não tenha sido dito e comentado antes a respeito do traço único/característico/inconfundível do talentoso e criativo CIBERPAJÉ? Tirando os elogios manjados e repetitivos que eu poderia reproduzir aqui, eu só me atrevo a comentar que toda a arte gráfica está envolta de um misticismo e simbologia que expressam e transmitem a temática do INFINITO e a eterna e inseparável DUALIDADE de todas as coisas existentes, conceitos mesclados à temática LUPINA - já que o lobo é o totem sagrado do CIBERPAJÉ, e portanto o seu tema principal/predileto/favorito em quase todas as suas composições/criações artísticas. Os conceitos são representados na forma de grafismos com cores fortes e marcantes aos que contemplarem essa magnífica arte visual concebida e assinada pelo já consagrado CIBERPAJÉ. Ouça na íntegra em streaming e baixe o EP "Ciberpajé: Lobo Infinito" no site da gravadora Lunare Music clicando na arte de capa abaixo:

Finalizando, este é um EP pra ser degustado e apreciado de modo diferenciado, sendo visto, lido e ouvido; portanto veja, leia e ouça essa fascinante obra! Recomendado para pessoas de gosto apurado que apreciam uma sonoridade diferenciada do habitual. Demorou, tá esperando o quê? Eu aprovo e recomendo.


Julie Albuquerque
Quadrinhista, zineira & atiivista underground
(Camila GLS Rock Zine )


Ibiúna-Cityo, SP, Brasil
(sáb, 26/Out/2019)

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