sábado, 16 de novembro de 2019

Confiram em vídeo "Ritual de Presença" do Ciberpajé desenhando dedicatória no álbum "Enteogênicos" durante o lançamento em Goiânia



Como de costume, o Ciberpajé realizou seus "rituais de presença" desenhando nos exemplares de Enteogênicos adquiridos no lançamento em Goiânia, na loja Mandrake Comic Shop. Um deles em especial foi para o grande amigo e artista multimídia Amante da Heresia (Léo Pimentel) que veio de Brasília com sua namorada, Glacy Andrade, para prestigiarem o lançamento, realizado em parceria com Gazy Andraus, que lançou seu álbum "Homo eternus II".

Amante da Heresia filmou todo o "Ritual de Presença" em seu exemplar, e depois em uma edição sagaz criou um vídeo apresentando o ritual em diversas fases sobrepostas, liquefazendo a noção de temporalidade que é justamente quebrada no conceito de "Ritual de Presença" criado pelo Ciberpajé. Confira na sequência alguns frames e o vídeo completo.






 Veja o vídeo abaixo ou diretamente no youtube.


Em seu novo livro "Conversas com o Ciberpajé " (BAIXE O E-BOOK AQUI) escrito em parceria com a IV Sacerdotisa, Dra. Danielle Barros (UFSB), ele esclarece o que é um "Ritual de Presença":

"Vivemos em uma época estranha, a espécie humana está cada vez mais desconectada de seu agora, as pessoas vivem com o fantasma do passado e as ansiedades insanas de um futuro, as redes sociais e a pseudo-existência virtual amplificaram isso. Então, por mais paradoxal que pareça, incrivelmente essa é a era da desconexão! Todos estão “conectados” às redes e desconectados de si mesmos. Seguem cultivando identidades ficcionais criadas nesses espaços virtuais, frações idealizadas de seus egos esmagados pelo culto do desempenho perfeito, tentando inventar uma satisfação ilusória com seus corpos, suas vidas, mesmo deixando claro nas entrelinhas um ódio implícito de si mesmos. E a população global concentra-se em sua maioria nas cidades, locais inaptos para a vida, repletos de ruídos sonoros e visuais, de paisagens feias e artificiais, de poluição, violên- cia, medo, hipercompetitividade, egolatria, e individualismo neodarwinista. O contato com a natureza é mínimo, a desconexão absoluta de suas essências animais é total. Praticamente ninguém consegue compreender em seu íntimo ser parte da natureza, integrar a complexa e simbiótica teia da vida que gera o glorioso hiperorganismo Gaia. Esse distanciamento cada vez maior do essencial robotiza e zumbifica os seres de forma irreversível. Sua pseudo-vida passa a ser uma busca voraz por obter mais objetos desnecessários, exercendo o hiperconsumo alimentado pela religião da obsolescência programada. Também são adictos do hiper-entretenimento, uma obsessão crescente por mais entretenimento vazio que mesmerize suas mentes confusas, fazendo esquecerem-se de suas jornadas de trabalho opressivas, sem graça, tensas e baseadas na competição e no temor iminente da perda de seus empregos. O solipsismo de silício das redes ajuda-os a manterem-se produzindo, criando um refúgio ilusório nessas identidades fracionadas que inventam para si mesmos, afastando-se de todos, ou encontrando alguns nas celebrações insanas e doentias de entretenimento tosco e prazeres vazios: como os campeonatos de futebol, as igrejas dogmáticas, os shopping centers, os blockbusters, as raves, os happy hours regados a drogas lícitas. A ansiedade é o mal do século, ninguém dorme direito pensando nas tarefas impossíveis do dia que virá, exigindo cada vez mais de si mesmo, demonstrando total insatisfação com o que se tem, com quem se é, comparando-se a todo instante com os que o rodeiam, querendo sempre mais, mais, mais. Zumbis criados pelo monetarismo neoliberal, conduzidos pelas multinacionais em um mundo onde já não existe nenhum poder na mão dos estados nacionais. A espécie humana está inevitavelmente condenada ao abismo que criou para si mesma, o fim é iminente, convidando-nos para uma celebração do nada que nos tornamos. Enquanto isso, nas poucas florestas que restaram, Lobos selvagens uivam para a Lua. Seu uivo cósmico é um hino de desolação e esperança, uma elegia para a humanidade, uma canção de glorificação da nova era de Gaia. O Ciberpajé celebra com seus irmãos Lobos, o nada absoluto e o tudo que emergirá! Depois desse fundamental preâmbulo, explico que o que eu nomeei de “ritual de presença” é um processo ritualístico artístico de reconexão absoluta com o momento presente, ele configura-se através do exercício de desenho livre, sem nenhum objetivo prévio ou desejo, simplesmente deixando as imagens fluírem livremente para o papel criando uma profunda conexão com o ato artístico e tornando-se o próprio desenho enquanto se desenha, o desenhador é o desenho e o desenho é o desenhador, e assim estando completamente conectado com o instante presente! Realizo esse exercício quase que diariamente. Tenho alguns vídeos no canal do Posthuman Tantra no Youtube mostrando-me em pleno ritual de presença, muitos deles em noites de autógrafo nas quais realizo os rituais desenhando nos exemplares das pessoas." (Páginas 150 e 151 do livro/e-book "Conversas com o Ciberpajé: Vida, arte, magia e transcendência" - baixe o livro gratuitamente nesse link

Capa do livro "Conversas com o Ciberpajé"



O professor Carlos de Brito Lacerda, pesquisador de quadrinhos e fanzines que já acompanhou alguns "Rituais de Presença" do Ciberpajé, deu um breve depoimento no Facebook:


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