segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

[Resenha] EP CIBERPAJÉ - MÁQUINA HIPER-REAL: uma profunda imersão! Por Sara Gaspar

Arte do Ciberpajé

Esse EP Ciberpajé - Máquina Hiper-real (ouça-o aqui) tem muita sensibilidade, assim como todos os outros. No primeiro aforismo senti uma tranquilidade profunda. Já no segundo e terceiro uma angústia leve de estar em busca de algo. O quarto aforismo é extremamente inspirador, ao longo da vida acadêmica o nosso lado emocional perde a importância. Sabendo que nossa razão é uma extensão da nossa emoção, em outras palavras, respondemos primeiramente emocionalmente e depois racionalmente, fica claro que apenas somos quem somos devido ao que sentimos. Acho incrível como o Ciberpajé (Edgar Franco) consegue equilibrar tão bem a emoção e a razão nos seus aforismos. É impossível não conectarmos ou não sentirmos nada ao escutarmos, e as músicas, criadas pela parceria com Hari Maia, amplificam a intensidade dessa conexão. 

O quinto aforismo, diferente dos anteriores, é mais perturbador porque retrata a pobre realidade da humanidade. Fiquei questionando se isso realmente faz parte da perfeição, uma vez que o primeiro aforismo diz que "para a essência cósmica não existem erros". Outra questão do primeiro aforismo é que: “... mesmo os atos de ódio mais hediondos ” fazem parte da perfeição da existência. Confesso que fiquei um bom tempo refletindo sobre isso. Tantas coisas ruins acontecem nesse mundo... tenho tido muita dificuldade em digerir e compreender como uma pessoa consegue cometer alguns atos, acho que nunca vou conseguir entender.

 Agradeço ao Ciberpajé e ao Hari Maia por proporcionarem-me essa profunda imersão!            

*Sara Gaspar é artista, graduanda em Biologia na UFRJ, e fanzineira conhecida por seus zines criados no contexto do projeto IFF Fanzine, do Instituto Federal Fluminense de Macaé/RJ, e também no Projeto Comer Pra quê?, da UFRJ & UERJ .

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