sexta-feira, 30 de setembro de 2022

[EXPOSIÇÃO EXISTÊNCIAS: 31° ANPAP] Ciberpajé tem animação e videoarte selecionadas pela curadoria da exposição nacional online


A Exposição Existências, com curadoria de Robson Xavier, integra as atividades da 31° ANPAP - Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas 2022, e inclui 21 obras em vídeo disponibilizadas em uma galeria virtual na plataforma Artsteps, confira a exposição agora nesse link.

O Ciberpajé teve duas de suas obras selecionadas pela curadoria da exposição, a animação ENAMORADOS, e a videoarte SOUL: olhar para dentro é vislumbrar o Cosmos inteiro, essa segunda em parceria com artista Fredé CF.

Confira ENAMORADOS no link direto publicado no youtube da Anpap. 
Confira SOUL no link direto publicado no youtube da Anpap.

Confira na sequência o texto curatorial da exposição e algumas imagens da galeria online.

EXISTÊNCIAS Expo Coletiva Online - 31º EN da ANPAP 2022 -

ROBSON XAVIER CURADORIA 

Membro da Internacional Association of Art Critics – AICA Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas - ANPAP 

O processo criativo em arte contemporânea está relacionado diretamente a interseção entre arte/vida como fonte primária poética. No pós-pandemia do Covid-19, após o susto vivido pela humanidade, os/as/es artistas ainda se relacionam com o mundo a sua volta com um misto de desconfiança e enfrentamento. Somos sobreviventes de mais um holocausto que ceifou milhares de vidas humanas, e temos o compromisso de registrar nossas relações, vivências e reflexões para posteridade. Na expo coletiva online EXISTÊNCIAS, instigamos os/as/es artistas a refletirem sobre as sobrevivências, o Comitê de Poéticas Artísticas da ANPAP, selecionou 21 apresentações artísticas em vídeo, dentre as demais submetidas ao edital do 31º Encontro Nacional da ANPAP – Existências – seguindo a tônica do tema do encontro, os/as artistas selecionados/as abordaram temáticas variadas, mas condizentes com o tempo presente. Na curadoria dividimos o conjunto de trabalhos selecionados em três grandes núcleos: Núcleo CORPO os/as/es artistas apresentaram trabalhos que abordam a presentificação e performatividade dos corpos humanos, utilizando temas, técnicas e suportes diferenciados. No “CORPO DOUMPLO” Amanda de Mendonça Linhares apresentou a narrativa do corpo feminino objetificado a partir da maternidade. Em “CORPO ENCRUZILHADA” Mônica Lorena de Souza Moreira; Maria Marta Jardim Sousa e Rubens Rafael Santa Brígida mostram os detalhes de corpos negres, o vermelho das roupas, dos acessórios, do batom, boca, sapato, demarcando territórios de desejos e da sexualização dos corpos. Em “CORPOS MARGINALIZADOS”, Raphael Andrade Rocha, trabalhou com imagens e sons sacros, trazendo o catolicismo, a Pietá, reforçando a dor e o sofrimento de corpos adoecidos e transgressores. Em “DURAÇÕES” Juliano Ribeiro de Moraes abordou o amor como reconhecimento da diferença, da separação ou disjunção de corpos humanos, permeados pelas subjetividades. Em “ENAMORADOS” Edgar Silveira Franco, mostra um corpo monstro, a deformação, os efeitos visais e sonoros, sombras de um amalgama massacrado. Em “CDV – FOTOCARTOGRAPHIAS DE SI” Cláudia Marisa Mattos Brandão mostra um corpo que sobrepõe crachás no pescoço, com fotos antigas, tornando-se um cabide humano. No vídeo “RISCAR A LÍNGUA COLONIAL” Taliboy mostra a língua como gesto, um rabisco vermelho, criando letras, pichando paredes e uma fachada com portas vermelhas. Em “TRAVESSIA” Guto Oca, personifica o exu, com uma caminhada afro-brasileira, portanto um manto de dredlooks, em uma escadaria, definindo sua cartografia ancestral preta, na areia da praia, lavando os cabelos do manto na bacia de alumínio. O Núcleo MEMÓRIA apresenta trabalhos que abordam a relação entre memórias e esquecimentos, a partir de histórias de vida e experiências pessoais. Em “ÁGUAS PASSADAS DA SÉRIE O MITO”, Flávia Leme de Almeida, mostra um Bule de louça clássica, derramando areia em uma xícara, ao som de água corrente. No vídeo “MÁQUINA DE PROJETAR MEMÓRIAS”, Arthur Ribeiro Frazão e Mili Bursztyn de Oliveira Santos, trazem narradores falando dos quatro anos da partida do amigo, do uso do dispositivo que imprime memórias em fitas de filmes, mostrando fragmentos, rastros, suspiros em formato de filmes/afetos. No “O CINEMA DE LIBERO LUXARD”, Sávio Luis Stoco, apresentou imagens em movimento, paisagens, sombras, resquícios do vasto universo da Amazônia. Em “PLANTAR É PARA ALÉM DE SI” Talia Suian Idzi mostrou por meio de um caderno de anotações, a resiliência e resistência da arte na escola, por meio da criação de uma horta/jardim na escola. No vídeo “RETORNOS” Alexandra Martins parte do Google Maps para construir uma cartografia pessoal do seu deslocamento entre Brasília e Fortaleza, chegando a salvador, personificando na imagem da criança em movimento suas memórias e ancestralidades. Em “SCI FI FERRETI OU VERIFIQUE A CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA”, Marcelo de Campos Velho Birck, apresenta riscos, fragmentos de imagens, colagens em movimento, com sobreposições de memórias. No trabalho “SOUL”, os artistas Frederico Carvalho Felipe e Edgar Silveira Franco, apresentaram formas orgânicas abstratas em movimento, ondas e partículas, afirmando que tudo que é vivo sempre será no cosmos astral. Em “TEMPO E LINHA” Roseli Nery, mostra uma linha em movimento sobre um fundo neutro, e o ato de enfiar objetos de metal perfurados na linha, criando um objeto/memória. Em “VESPAS” Zero Teodoro, mostra um ninho de vespas, cujos sons e movimentos, levam a reflexão sobre a relação entre natural x artificial. No Núcleo URBANO os trabalhos narram vivências nas cidades e a inserção do/da/de artista nas cidades, partindo do deslocamento e construções simbólicas. Em “FURAR PASSAGENS” Gustavo Azevedo da Silva Santos mostra o deslocamento no ônibus coletivo, o uso da máscara, o ato de perfurar a pele, o tatoo, a escarificação, criando uma cartografia na pele. No vídeo “2021 – UMA ODISSEIA NO ESPAÇO URBANO-ESCOLAR” Maykon Rodrigues dos Anjos – mostrou os ambientes escolares, a vida em movimento. Em “AQUI E AGORA” Gabriel Fampa, traz o espaço urbano, a cidade na noite, a janela, que revela o Abaporu, trazendo a arte na solidão urbana. No trabalho “RUPTURA URBANA” Alexia Bethiol, traz a imagem da cidade de São Paulo, a avenida Paulista, o bar, a estação do metrô, fragmentos de prédios e a multidão na rua. Que o mergulho neste universo plural, híbrido e digital das imagens possa promover reflexões sobre nosso papel como artistas pesquisadores/as/es das artes visuais diante da diversidade cultural brasileira. João Pessoa, Paraíba, Brasil Primavera, setembro de 2022.







Nenhum comentário:

Postar um comentário