Ouvindo o EP com fones de ouvido em alto volume, segue minhas considerações sobre Lua Divinal:
Aforismo I – Uma atmosfera
etérea, que me fez sentir absorta no nada que sou, ou planando em um céu
estelar com minhas irmãs de jornada, vou mergulhando em meus abismos até chegar
em uma de minhas 9 faces. O mago recita o aforismo com uma voz cortante, o
aforismo que traz a dimensão carnal e cósmica de cada um, e a importância de
estarmos despertos para o agora, a verdadeira vida.
Aforismo II – Aforismo que dá nome ao EP, especial. Mergulhando na
faixa: “Mais agitada, o coração bate em sintonia com a batida do tambor de
batalha, ouço vozes e me sinto correndo, para dentro de mim, no grande círculo
de prata que Sou, luminosa e sombria, Lua. Sim, ao longo da minha vida
ancestral tantas pessoas acreditaram me conhecer, me tocar, me desvelar, mas
nunca me olharam de verdade. Prefiro me manter apartada e me entregar somente
àquele, o único que soube olhar através de minhas camuflagens e defesas, a
cometer a violência de receber os falsos afagos recobertos do ego romântico do
qual me atribuem. Sou Lua Divinal, o único romantismo a que venero é o da
selvageria cósmica da cópula astral entre macho e fêmea ancestralmente
conectados. Nada mais. Por isso sou soberana, fêmea, menina, dama, rainha, puta
e sagrada, Lua Divinal!”
Aforismo III – Uma espécie
de Lei do Ciberpajé, que tem em sua essência a liberdade de Ser. Liberdade não
implica libertinagem, ao contrário, há que se ter muita responsabilidade,
coragem e consciência para se declarar livre, sorver de seus êxtases e lidar
com suas consequências. Traz a dimensão da realidade contemporânea que vivemos,
a do dogma alienante que se dissemina na sociedade em diversos âmbitos:
religioso, acadêmico, o das relações sociais, de gênero, de consumo, raça,
financeiro, etc. E em nome da liberdade de Ser, o Ciberpajé execra os deuses,
os mestres, os ritos, e tudo que advém dessa idolatria egóica que reina nesse
mundo.
Essa faixa é forte e fecha
com chave de ouro o EP, deixando o desejo de ouvir mais.
O EP ficou contundente. Foi
uma honra ouvir e sentir mais este lançamento, que traz uma verve mais
profunda, como um caminho que se abre àquele/a que Busca. Como uma viagem ao
interior cósmico de cada um, mas é preciso se permitir.... É ritualístico,
primeiro nos destrói e em seguida nos convida ao renascimento.
É Transcendente! Muito
especial, com aforismos fortes, ambiência sombria, e interpretação violenta do
Ciberpajé.
Parabenizo ao Gorium, a
Lunare Music e ao Edgar Franco do Posthuman Tantra, que em suas performances tem o grupo formado pelo Ciberpajé Edgar Franco (musicista e performer), I Sacerdotisa Rose Franco (musicista e performer), Luiz Fers (Performer e Figurinista) e Lucas Dal Berto (VJ), - por mais essa criação valiosa, arte genuína
gloriosa e sempre necessária para vida.
Vida longa a Lua Divinal!
Se você ainda não ouviu, ouça AQUI Lua Divinal
E neste POST você confere as letras dos aforismos e demais informações sobre o Projeto musical Ciberpajé.
Capa do EP Lua Divinal com arte do Ciberpajé |
Danielle Barros é IV Sacerdotisa da Aurora Pós-Humana, poetisa,
desenhista e fanzineira. Bióloga de formação, mestre em Ciências e Doutoranda
em Ensino de Biociências e Saúde (IOC-FIOCRUZ). Criou os fanzines Abismos do
Lobo (2013), Sibilante Grimoirezine Poético Filosófico (2014), HQcrônicas e
Sagrado Femizine (2015).
Serviço:
Ciberpajé - Lua Divinal lançado em 5 de abril de 2015
Música: André Gorium
Aforismos: Edgar Franco (a.k.a Ciberpajé)
Arte: Edgar Franco
Selo Lunare Music
Música: André Gorium
Aforismos: Edgar Franco (a.k.a Ciberpajé)
Arte: Edgar Franco
Selo Lunare Music
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