quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Ciberpajé faz participação especial em performance (Re)Existência (Anti)MekHanTropia, de Fredé CF, no I Seminário de Pesquisa em Arte do PPGACV FAV/UFG



Na tarde de 26 de novembro de 2020 aconteceu a performance/live “(Re)Existência (Anti)MekHanTropia: sons, sombras e transmutações", organizada e conduzida pelo musicista, pesquisador e artista multimídia Fredé CF. A live integrou a programação do "I Seminário de Pesquisa em Arte do Programa de Pós-graduação em Arte e Cultura Visual da Faculdade de Artes Visuais da UFG - Universidade Federal de Goiás".

O Ciberpajé (Edgar Franco) participou como convidado especial da abertura da live, recitando 3 de seus aforismos que integram o CD MekHanTropia, de Fredé CF, e utilizando uma máscara e chocalho para gerar uma atmosfera inquietante. Confiram a gravação da performance/live NESSE LINK.

Fredé CF resume a proposta conceitual da live: 

Observar e ressignificar nossas sombras pela arte. Autoconhecer e transmutar a experiência social ordinária cotidiana. Alavancar possibilidades de existir intensamente no instante presente de forma mais sincera. A antropofágica resistência orgânica ao status quo cultural que atua sobre a complexidade da vida. Vísceras expostas pelas cordas acústicas e vocais que dão vazão à subjetividade e ao pensamento não-linear. Rompimento de padronizações determinantes. Ampliação da diversidade de discursos, perspectivas, criações, expressões e manifestações do pensamento na contramão da MekHanTropia institucionalizada. O autoconhecimento e a arte como válvula de (trans)formação e (re)Existência pela vida.

Ouça o CD MekHanTropia clicando na arte de capa abaixo:



 

[Lançamento] Arte do Ciberpajé estampa capa da revista acadêmica Húmus (UFMA) vol.10, n.30 (2020)

Acaba de ser lançado o novo número da Revista Acadêmica Húmus, vol.10, n.30 (2020). A Húmus é um periódico da Universidade Federal do Maranhão voltado aos pesquisadores de pós-graduação, assim como leitores interessados nos temas abordados que são e os estudos Interdisciplinares em Ciências Humanas e os conceitos de Contingência e Técnica. Tem a pretensão de analisar o impacto da Técnica Moderna na sociedade contemporânea, os diversos aspectos da condição humana na contemporaneidade, e ainda, os elementos trágicos e contingentes nas sociedades pós-modernas, dando relevo tanto a questões teóricas como as específicas sobre o comportamento humano, as ações políticas, as diversas organizações sociais, tribais e individuais presentes no mundo moderno e pós-moderno.

Esse número digital tem como arte de capa uma ilustração do Ciberpajé (Edgar Franco) fruto de suas experiências artísticas utilizando redes neurais e inteligência artificial, produzindo uma imagem que recria a capa do livro de contos de ficção científica 2021, organizado pelo Ciberpajé e publicado pela editora Marca de Fantasia, baixe o e-book 2021 nesse link. O Ciberpajé agradece o editor Prof. Dr. Wellington Lima Amorin (UFMA/UFRGS) pelo convite para ter uma arte sua estampada novamente na capa da Húmus. 


LEIA A REVISTA HÚMUS CLICANDO AQUI.


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

[Resenha] Ecos Humanos: álbum em quadrinhos de Ciberpajé e Eder Santos resenhado por Inominável Ser

O álbum em quadrinhos Ecos Humanos, com roteiro de Ciberpajé, e arte de Eder Santos, recebeu uma sensível resenha do ativista cultural e autor Inominável Ser, publicada no blog Ozymandias Realista. Confira a resenha AQUI ou no fac-símile postado abaixo:


E abaixo um comentário de Inominável Ser em resposta a questionamento no post:







[Festival] (DES)LIVE: Curta de Ciberpajé & Amante da Heresia é selecionado para o ‎9º FESTIVAL DO FILME ANARQUISTA E PUNK DE SP


O curta-metragem (Des)Live, com direção de Ciberpajé (Edgar Franco) e Amante da Heresia (Léo Pimentel) e produção do Grupo de Pesquisa Cria_Ciber (FAV/UFG), foi selecionado pela curadoria do 9º FESTIVAL DO FILME ANARQUISTA E PUNK DE SP para ser exibido em sua programação que incluirá também uma entrevista com Amante da Heresia tratando da produção do curta e do conceito de curtaforismos que tem engendrado algumas das suas recentes produções audiovisuais em parceria com o Ciberpajé.

O 9º FESTIVAL DO FILME ANARQUISTA E PUNK DE SP é o mais importante festival brasileiro dedicado a esse gênero de filmes e acontecerá online entre os dias 1 e 6 de dezembro de 2020 pelo link anarcopunk.org. A entrevista com Amante da Heresia e a exibição de (Des)Live acontecerão no dia 6 de dezembro a partir das 15:00hs. Confira a programação completa aqui.

O curta, totalmente D.I.Y. e realizado respeitando a quarentena da Covid-19, tem 4 minutos e reflete sobre a proliferação autoindulgente do novo formato midiático "live".

Assista ao curta CLICANDO AQUI.

(Des)Live 
Um curtaforismo para que você deslive-se! 
- Direção geral: Ciberpajé (aka Edgar Franco) & Amante da Heresia (aka Léo Pimentel) 
- Direção de arte: Ciberpajé & Lucas Dal Berto
 - Roteiro: Ciberpajé & Amante da Heresia 
- Atores: Ciberpajé & Morte Cyberpunk, participação especial na live costurando: Luiz Fers 
- Câmera: Lucas Dal Berto 
- Edição: Amante da Heresia 
- Música: Memento, da banda Quilombot 
- Figurino: Luiz Fers
 - Uma produção Grupo de pesquisa Cria_Ciber (FAV/UFG) 
Goiânia, Brasil, 2020.




terça-feira, 24 de novembro de 2020

[Lançamento] Arte do Ciberpajé ilustra encarte do novo álbum do Tuatha de Danann: In Nomine Éireann

Arte criada pelo Ciberpajé no encarte do novo CD "In Nomine Éirann" do Tuatha de Danann

O lendário grupo folk metal brasileiro Tuatha de Danann acaba de lançar seu mais novo álbum. A obra é fruto de um financiamento coletivo com mais de 500 parceiros no Brasil e no mundo e recria de forma majestosa músicas notórias do cancioneiro tradicional Irlandês. São 11 canções incríveis com a marca autoral do Tuatha de Danann, uma das bandas mais importantes do cenário heavy metal brasileiro.

Arte de capa do single "The Molly Maguires", por Ciberpajé

Parte da arte criada pelo Ciberpajé (Edgar Franco) como capa do primeiro single do álbum "The Molly Maguires" (veja o lyric video aqui) foi utilizada no encarte do novo CD "In Nomine Éirian". Justamente a imagem simbólica da mão erguendo a picareta, que representa a força insurgente entre os mineiros de carvão imigrantes irlandeses-americanos e irlandeses na Pensilvânia que lutavam contra a opressão dos donos do capital. 

Página do encarte com agradecimentos e créditos do CD


Uma curiosidade sobre a arte criada pelo Ciberpajé é que ela também apareceu no vídeo do segundo single, Warrior Queen, pois o tecladista Edgard Brito aparece no clipe usando uma camiseta com a arte de "The Molly Maguires" .

O tecladista Edgard Brito usando a camiseta com a capa do single "The Molly Maguires" durante o vídeo para o single "Warrior Queen"

O Ciberpajé já havia criado a capa do single e ilustrado o lyric vídeo de Your Wall Shall Fall do disco “Tribes of the Witching Souls”, e ficou muito honrado com essa nova oportunidade de criar algo em parceria com o Tuatha de Danann, uma das bandas brasileiras que ele mais admira musicalmente, conceitualmente e ideologicamente. Saibam mais e adquiram o novo álbum clicando na arte de capa abaixo.







segunda-feira, 23 de novembro de 2020

[RESENHA] EP CIBERPAJÉ - MÁQUINA HIPER-REAL: o real excessivo que está mais calcado em uma realidade alienante, por Gabriel Pinheiro

Arte de Ciberpajé

A máquina hiper-real (OUÇA O EP AQUI) não é exatamente o real prático das nossas percepções. É o real excessivo que está mais calcado em uma realidade alienante, oriunda dos sistemas coletivos que sustentamos diariamente, que serve de subterfúgio de si mesmo, da consciência do cemitério do inconsciente, repleto de fantasmas de tudo que podia ter sido, feito e criado. Não se trata apenas de uma fuga do arrependimento, como pode-se pensar, mas uma fuga do que pode ser feito agora ou amanhã, pois aquela energia criadora de ser melhor, de ser “mais de si mesmo”, sempre estará ali residente.

É assim que vejo o ponto de partida desta obra absoluta e ao mesmo tempo tão intimista do Ciberpajé, em parceria com Hari Maia. Partindo do princípio de que para se ter a experiência da arte é necessário captar todas as suas nuances, de forma íntima e profusa, sendo objetivo apenas na hora de se expressar quanto a mesma. Nesse sentido, eu vou vislumbrar as três produções presentes neste trabalho: plástica, sonora e poético-filosófica.

O estilo onírico e psicotrópico está presente aqui, como marca d’água de um artista que sempre enxerga dentro de si uma cosmogonia. Nesse âmbito, a imagem tem uma paleta de cores quase fortuita e insinuante que, ao brincar com os padrões da percepção, denota a assinatura intimista do artista ao mesmo tempo que revela universalidade poética. O Ciberpajé é um artista da experiência e, como tal, busca fluir conforme as sensações intensas e com impetuosidade crítica, quase animalesca, característico de seu estilo xamânico e misterioso.

Ao optar pelas figuras de dois crânios, um corvo e um humano de máscara de gás, a ideia nos compele a esperar uma forte acidez crítica sobre as eventualidades do cotidiano da pandemia e as relações humanas e sistêmicas, com suas ações de mesquinhez, covardia e inconsequência. Sim, posteriormente sua poética nos dará esse âmbito de compreensão, mas como toda boa e genuína arte, ela não se estabelece apenas em um nível semântico. As máscaras mortuárias que a imagética futurista e caótica nos faz defrontar são apenas figuras comuns que refletem a nossa própria mortalidade e nos atravessam ainda mais em um nível ontológico.

Desse ponto, podemos pressupor sobre o que virá ao ouvirmos os acordes e as recitações de tons quase cândidos do Ciberpajé. Particularmente, este trabalho sonoro com Hari Maia me fez recordar algumas nuances do estilo de artistas como Trent Reznor (Nine Inch Nails) e Atticus Ross, um pouco diferente de outras abordagens sonoras aos aforismos do Pajé, que lembravam bastante o experimentalismo sinuoso do grupo Einstürzende Neubauten e, às vezes, a explosão sonora do Front 242. Porém, tais menções são apenas notas de semelhança em um momento ou outro, visto que o trabalho aqui possuí uma assinatura particular que destoa de qualquer outra produção com estilo próximo daqueles citados.

A poética aforística do Ciberpajé é afiada e pode ser incômoda, mas a graça está na beleza que emana de sua mensagem, sempre carregada de profundo amor e apreço pela arte da vida em sua forma mais intensa. Nesse aspecto, o poeta é exímio em produzir nuances de experiência e uma multiplicidade de sensações. As mensagens são francas e sem rodeios, mas sensíveis e fluem naturalmente com a sonoridade, que nos abraça de início mas, quase que de forma instantânea, nos chacoalha dentro de nossas bolhas cotidianas. 

Em toda a produção de arte do Ciberpajé é possível observar certas assinaturas claras que, como todo artista e ser humano, denota sua própria pessoalidade. No entanto, no rico e prolífico curso de criação desse artista, tão comprometido com a vida, reinam signos que buscam sempre se destoar com o que foi dito anteriormente, de uma forma ou outra. Neste projeto com o musicista Hari Maia não foi diferente, pois o Ciberpajé busca trazer novas nuances de sentido e expressão que são, por princípio, a raiz de qualquer fazer artístico, como, por exemplo, a evidência ao deixar sua parceria criativa ressoar sua própria voz. 

Neste momento, não vislumbramos apenas um espírito artístico, mas uma composição multidisciplinar que impera sobre uma harmonia relativa. Exatamente neste aspecto que reside a demonstração metalinguística de reproduzir a vida por meio da arte em seu signo mais íntimo pela qual artistas como o Ciberpajé se debruçam tão arduamente.

*Gabriel Pinheiro é escritor, ensaísta e educador. 

Saiba mais e ouça o EP "Ciberpajé: Máquina Hiper-real" clicando na arte de capa abaixo:






sexta-feira, 20 de novembro de 2020

[Resenha] EP CIBERPAJÉ: MÁQUINA HIPER-REAL é resenhado no webzine TUMBAS DE AQUARELA, por Bira L.Silva


O grande musicista e ativista da cena darkwave, Bira L. Silva (Permaneço Deitada), escreveu uma sensível resenha do novo EP do Ciberpajé: Máquina Hiper-real (OUÇA-O AQUI), parceria com o musicista Hari Maia. Leia a resenha no webzine TUMBAS DE QUARELA, ou no fac-símile abaixo.





segunda-feira, 16 de novembro de 2020

[Resenha] EP CIBERPAJÉ - MÁQUINA HIPER-REAL: um destino provável para nosso planeta, se tudo continuar seguindo esse curso. Por IV Sacerdotisa

Arte do Ciberpajé

Esse EP ficou lindo! Curiosamente ele tem um fluir diferente dos outros, os primeiros aforismos são mais luminosos e de esperança, e o final achei mais sombrio! Geralmente eu percebo o oposto nos outros EPs do projeto Esses sintetizadores ficaram bem psicodélicos e ouvir o EP olhando as imagens, nos faz sentir vertigens! OUÇA O EP AQUI.

Apesar do ultimo aforismo ser mais "pesado", achei que a mensagem geral do EP foi luminosa, pois fala de amor, perfeição, da importância da criação, da leveza de ser. Ficou algo como a vida, com certa contradição, pela mistura dos opostos, um EP sombrio-luminoso. E o nome, máquina hiper-real, destaca a realidade distópica que vivemos, estamos superando os piores cenários de FC? o que é a realidade no meio de tantas fakenews? O que é viver, em meio a tantas ilusões que nos mantêm apartados da (nossa) natureza?

Mas o aforismo 5 não traz a utopia, e sim um destino provável para nosso planeta, se tudo continuar seguindo esse curso. Não posso deixar de dar os parabéns pelo EP, mais um lançamento incrível e belo, dessa parceria tão esperada com Hari Maia!


* IV Sacerdotisa Danielle Barros é artista-cientista e professora Dra. da UFSB, Teixeira de Freitas (BA)


Saiba mais e ouça o EP Ciberpajé - Máquina Hiper-real clicando na arte de capa abaixo:



[Resenha] EP CIBERPAJÉ: MÁQUINA HIPER-REAL: poesia que nos enleva e ao mesmo tempo expõe o lamaçal do mal que o humano-ser desenvolveu inconscientemente, à revelia da natura! Por Gazy Andraus


O artista multimídia, pesquisador e pós-doutor em arte e cultura visual Gazy Andraus escreveu uma sensível e detalhada resenha do EP "Ciberpajé - Máquina Hiper-real" (OUÇA-O AQUI). A obra, com cinco aforismos musicados pelo musicista Hari Maia, foi lançada pelos selos Lunare Music e Sinewave simultaneamente. A resenha de Andraus foi postada em seu blog Consciências e Sociedades, confira na íntegra NESSE LINK, ou leia o fac-símile abaixo:




sexta-feira, 13 de novembro de 2020

[Lançamento: Ouça agora!] CIBERPAJÉ: MÁQUINA HIPER-REAL, EP com atmosfera post-rock marca parceria com o musicista Hari Maia

Capa do EP Ciberpajé: Máquina Hiper-real


Acaba de ser lançado simultaneamente pelos selos Lunare Music e Sinewave o EP Ciberpajé - Máquina Hiper-real, a obra traz cinco aforismos musicados por Hari Maia, musicista do Rio de Janeiro que produz sonoridades atmosféricas baseadas em sintetizadores com influências que vão da música eletrônica oitentista, passando pelo post-rock e chegando às trilhas sonoras de filmes de FC e horror. Para a parceria o Ciberpajé (Edgar Franco) escolheu cinco de seus aforismos que tratam desde tensões de nosso caos contemporâneo hiper-real a temas ligados à magia, transcendência e processos criativos artísticos. Ouça agora no BANDCAMP ou SPOTIFY.

As faixas de "Máquina Hiper-real" surpreenderam o Ciberpajé pela força da tessitura e das atmosferas sonoras criadas por Hari Maia que casaram perfeitamente com a proposta conceitual dos aforismos. E essas atmosferas densas inspiraram também na criação da arte de capa e projeto gráfico do EP, desenvolvidos pelo Ciberpajé com forte inspiração mágica e enteogênica. O musicista Hari Maia falou do processo criativo de Máquina Hiper-real:

O processo de composição das músicas do EP, com aforismos do querido Ciberpajé (Edgar Franco), começou logo após a audição de todos os 5 aforismos gravados por ele que foram enviados para mim. No momento surgiram várias ideias de timbres e sonoridades, que inclusive conversamos bastante sobre. Ele comentou que gostava de algo feito com sintetizadores e timbres futuristas. Foi como uma peça que se encaixou perfeitamente na outra, pois a maioria do que eu produzo contém o uso de sintetizadores. Os aforismos foram inspiradores para a composição da trilha e dos temas, pois de acordo com o que era dito por ele, com o tom de voz que usava, em determinados momentos, surgiam ideias de uma música tensa, ou uma música mais esperançosa, resultando nas 5 faixas do EP.

Confira abaixo o encarte completo do EP com as letras dos aforismos. Você pode ouvir em streaming ou baixar o EP com o encarte completo em alta resolução NESSE LINK

Confira







O projeto musical Ciberpajé nasceu no mês de setembro de 2014. O Ciberpajé (Edgar Franco) recebeu um convite inusitado do músico Genilson Alves, mentor da banda Each Second (SP) e da gravadora Lunare Music, ele sugeriu a criação de um projeto musical que musicasse os aforismos iconoclastas do Ciberpajé - publicados em página no Facebook com mais de 3 mil seguidores. Também propôs que o nome do projeto fosse simplesmente "Ciberpajé". Ao pensar na proposta Genilson lembrou-se do escritor de ficção científica cyberpunk japonês Kenji Siratori que grava recitações de seus textos viscerais e intrigantes e envia para bandas de industrial e darkwave musicarem, tendo participado de inúmeros álbuns pelo mundo afora. A ideia foi fazer algo parecido, mas com os aforismos gravados na voz do Ciberpajé dando as impostações e emoções que sentia ao escrevê-los e convidar bandas e musicistas a criarem uma atmosfera musical para cada aforismo. Desde então, já foram lançados 30 EPs do Projeto Ciberpajé (Bandcamp) com musicistas das 5 regiões do Brasil, e também um CD - em formato físico - chamado Egrégora, que reuniu 21 bandas de 5 países musicando os aforismos recitados pelo Ciberpajé.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

[Resenha] Livro de contos 2021: a questão do tempo vertical-horizontal, ao estilo das teorias de Bergson e Bachelard, por Adaor Oliveira

Arte do Ciberpajé

Na leitura de 2021 mergulhei em cada palavra que nos apresenta um futuro tão presente. Essa pós-humanidade, consequência da ação humana, traz a questão do tempo vertical-horizontal, ao estilo das teorias de Bergson e Bachelard, também presentes na escrita de Clarice Lispector, quando ali aparece a questão do "instante". Também senti traços paralelos com a exuberância visual de Tim Burton, quando joga nas telas o atemporal mundo das maravilhas de Lewis Carroll.

Que me perdoem os físicos, mas sabemos que a natureza não possui leis, muito menos regras, e isso é questão essencial para entender essa obra magnífica, com autores bem à frente de seu tempo (não o tempo cronológico, mas o tempo mental, que foge das convenções sociais padronizadas).

São contos que se complementam, que trazem uma unidade, no intuito de nos fazer enxergar além do óbvio. Cabe-nos o alerta de que o fim da humanidade não é algo que virá, pois já o estamos vivendo. E nós, os humanos, parados numa inércia sem fim (olha a física aqui de novo, com a primeira lei de Newton), não nos movimentamos para impedir nosso próprio Apocalipse. Estamos fadados ao fracasso enquanto espécie, pois a estupidez colocou o que é material acima do que realmente importa. E essa (des)humanidade é o buraco negro que nos atrai mais fortemente a cada dia. Agora fico na aguardo de outras obras desse nível, de preferência com autoras mulheres. Viva a arte!

2021 apresenta-nos contos de ficção científica de sete notórios autores inspirados em ilustrações do Ciberpajé, sendo eles: Edgar Smaniotto, Fábio Fernandes, Fabio Shiva, Gazy Andraus, Gian Danton, Nelson de Oliveira e Octavio Aragão, com prefácio de Adriana Amaral. A obra é um e-book de livre acesso lançado pela editora Marca de Fantasia e pode ser baixada AQUI

* Adaor Oliveira é filósofo e educador.


terça-feira, 10 de novembro de 2020

[Resenha] Livro de contos 2021: um último suspiro de crença na beleza de algo místico e peculiar na espécie humana, por Carla Fernandes

Arte do Ciberpajé

Demais essa obra! Tudo incrível, desde a introdução ao último conto. Embora os contos descrevam situações que se passam em uma suposta pós-humanidade e consequentemente tragam a ideia de "avanço temporal" por se tratarem de histórias relatadas futuramente, em todos eles eu senti uma profunda atemporalidade, e também uma mágica perda no espaço-tempo. Os contos parecem descrever algo que já é e também que se foi, mas que também não está em tempo algum. Em todas as situações senti uma conexão fortíssima de passado, presente e futuro que se entrelaçam criando uma unidade de onde surge a história, uma quase explosão. 

Embora tratem-se de histórias precedidas pela vida humana, que para mim relatam uma continuidade ou tentativa de um mundo que ressurge após o fracasso de uma espécie que se extinguiu, eu senti uma sensibilidade apelativa, uma voz tão sutil quanto um som constante já imperceptível, de uma comoção e um último suspiro de crença na beleza de algo místico e peculiar na nossa espécie humana. Existe, a meu ver, algo em cada um dos contos que resgata a essência mais pura do ser, impactando-nos, e traz uma certa reflexão de que podemos nos curar e resgatar a beleza contida na vida dessa nossa espécie ou podemos continuar caminhando para a destruição sendo vencidos e esmagados pela nossa própria criação. 

2021 apresenta-nos contos de ficção científica de sete notórios autores inspirados em ilustrações do Ciberpajé, sendo eles: Edgar Smaniotto, Fábio Fernandes, Fabio Shiva, Gazy Andraus, Gian Danton, Nelson de Oliveira e Octavio Aragão, com prefácio de Adriana Amaral. A obra é um e-book de livre acesso lançado pela editora Marca de Fantasia e pode ser baixada AQUI

* Carla Fernandes é arquiteta e artista.