sexta-feira, 12 de junho de 2020

[Resenha] VULVALÁXIA: Conjunção do sagrado com o profano, numa concepção carnal cósmica. Por Adaor Oliveira

Arte do Ciberpajé

O feminino é sempre sagrado, pois é do seu ventre que as vidas chegam ao planeta (tão maltratado, diga-se de passagem).

As vidas humanas só existem por causa da vulva, que se abre e recebe gloriosamente o gozo, num êxtase de prazer. E as vidas pós-humanas também entrelaçam-se no masculino e feminino, e para além deles, sem essa concepção binária de gênero.

E assim a gente glorifica os bebês de laboratório, todas as provetas, os homens trans que engravidam, as barrigas solidárias, e todas as formas de geração do outro.

Tudo isso está nesse EP, da capa aos sons e palavras. Cada melodia é uma verdadeira porrada nos ouvidos e na alma, cada aforismo é um deleite para a reflexão. São aportes estéticos que necessitamos para viver em épocas pandêmicas. É a conjunção do sagrado com o profano, numa concepção carnal cósmica, num verdadeiro uivo do lobo. E um uivo que se junta ao chafurdar dos porcos, com uma pitada de Darth Vader.

É justamente por essas e outras que não devemos personificar deus masculino, mas devemos crer em deusas, já que toda galáxia é gerada do eterno ventre. E viva Sara Sarai!

*Adaor Oliveira é filósofo e educador.

Ouça o EP Vulvaláxia, parceria do Ciberpajé com o S.M.E.S., clicando na arte de capa abaixo:




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