Artlectos e Pós-Humanos # 14 é uma publicação da Editora Marca de Fantasia - baixe-a na íntegra neste link - e mantém o seu caráter experimental, sendo que pela primeira vez a revista traz uma longa HQ completa, já que em seus 13 números anteriores sempre publicou várias narrativas curtas em cada edição. TRANSLOBO tem um sagaz pósfacio escrito pelo Doutor em Língua Portuguesa pela PUC-SP e premiado autor de ficção científica, Ricardo Celestino.
O Ciberpajé (aka Edgar Franco) fala da concepção da obra:
A motivação para a criação de Translobo veio da intenção deliberada de provocar transformações em minha percepção de certos aspectos da realidade hiperinformacional contemporânea. Ou seja, o processo narrativo foi deflagrado por desenhos iniciais que compuseram um sigilo mágicko visual na tradição de Austin Osman Spare, mas aqui reconfigurado para o meu universo magístico e também ficcional da Aurora Pós-Humana.
O meu sistema mágicko singular é também um complexo universo de ficção científica em que crio obras em múltiplas mídias enfocando aspectos diversos da tecnognose, das realidades ordinárias, das realidades virtuais e também das realidades vegetais. Nessas criações exercito minha busca de integralidade de ser, insurgindo-me contra a dominação comunicacional do binarismo anticósmico que engendra o obtuso extremismo e a polarização características da linguagem balizadora e dominadora de todas as outras, a digital. Ao contrário de uma postura tecnofóbica, adoto uma visão tecnoxamânica e ciberpunk dessa linguagem, apoderando-me eventualmente de suas ferramentas para subverter suas bases hipermencantilistas.
Para além de ser uma narrativa visual experimental de fantaciência, Translobo emerge como a fixação de um sigilo mágicko, mixando elementos simbólicos da tradição milenar ocultista a signos transumamos da explosão hiperinformacional e hipermidiática. Trata-se de um experimento mágicko e também artístico que instaura-se no contexto das chamadas histórias em quadrinhos poético-filosóficas, subvertendo muitos dos cânones e da sintaxe visual daquilo que comumente entende-se como quadrinhos. Para fruir Translobo é importante um mergulho livre de amarras de gênero, linguagem e forma, trata-se de uma obra que deve ser sentida e não compreendida. Essa HQ também é singular pois pela primeira vez um número de minha revista Artlectos e Pós-humanos traz uma única narrativa. 19915 - 369 - 555
Em breve será lançada a versão impressa de TRANSLOBO com algumas surpresas. Mas enquanto ela não chega, leia agora a versão digital completa neste link.
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