sábado, 27 de maio de 2023

[Lançamento] Ciberpajé: Monstro da Vontade, novo EP musical sela parceria com a banda de rock Shocking Bell e tem como tema a resistência aos dogmas, ideologias e futilidades

O novo EP do projeto musical Ciberpajé chama-se Monstro da Vontade - ouça-o aqui - ele sela parceria com a banda de rock experimental Shocking Bell. O álbum traz 3 faixas que refletem sobre a resistência necessária à imposição de dogmas, ideologias e a sedução das futilidades apregoadas como necessárias pelo mundo dos influencers, marionetes do hipercapital. 

A Shocking Bell já lançou vários álbuns e singles marcados pela singularidade experimental de seu rock impactante com ecos de guitar rock, progressivo e post-rock. A one-man-band é capitaneada pelo talentoso multi-instrumentista Eduardo Spicacci. O Ciberpajé conheceu Spicacci na UFG, quando o musicista cursava Design Gráfico e foi seu aluno, desde essa época estabeleceu-se uma admiração mútua que agora gerou esse inusitado resultado criativo sonoro. As três faixas que compõem o EP são Quebrando Muros, Irrelevância e Monstro da Vontade, nelas a voz característica do Ciberpajé recitando os aforismos ganharam atmosferas singulares e vibrantes. Eduardo Spicacci fala do processo criativo das músicas:

"Criar músicas com base em aforismos já finalizados foi uma experiência inédita para mim. Confesso que a princípio achei que seria difícil, mas constatei que quando a temática e a escrita são perfeitamente construídas, a música acaba fluindo naturalmente. A forma como Edgar Franco recitou seus aforismos foi uma fonte de inspiração no que se refere à sonoridade das canções. 

Em “Quebrando Muros” optei por iniciar apenas com um riff simples de piano permeado por uma ambiência cósmica, contrastando com o tema mundano do aforismo. Com a frase simples e poderosa que compõe o refrão, introduzi guitarra, baixo, bateria e órgão para dar o peso que as palavras exigiram. Na parte final, após meu solo de guitarra, acrescentei vozes aleatórias de pessoas conversando, além de um aforismo do Ciberpajé rodado de trás para a frente (aforismo esse que nada mais é o que consta na segunda canção do EP). Esses elementos reforçaram a ideia das turbas abordada por Edgar Franco. 

Para a canção “Irrelevância” considerei criar algo mais minimalista no que se refere à quantidade de instrumentos e mudanças de ritmo. Para isso criei os riffs com base em apenas dois acordes e uma bateria econômica no quesito “viradas”. Para o solo instrumental, abdiquei da guitarra e optei por um sintetizador que melhor expressou o clima da canção. A faixa “Monstro da Vontade” pedia um riff pesado de guitarra logo de cara. Pois quando ouvi pela primeira vez o Ciberpajé declamando os primeiros versos, me veio à mente imediatamente um dedilhado de guitarra. Para os versos finais, com a voz de Edgar agora passando uma ferocidade contrastante com a calma reflexiva dos versos iniciais, criei uma base mais acelerada, numa pegada mais Punk Rock. As palmas solitárias no final do EP são um contraste com as vozes da multidão no início da primeira faixa, numa alusão àquele conceito da vida ser uma Montanha Russa, onde hoje estamos por cima e amanhã estamos por baixo. 

Em suma, tudo o que tenho a dizer é que trabalhar em parceria com Edgar Franco, o Ciberpajé, foi uma honra e um prazer, além de uma experiência única que acrescenta muito ao repertório da Shocking Bell." Eduardo Spicacci (Shocking Bell)

Além dos aforismos e vozes e do conceito geral do EP, o Ciberpajé ficou também responsável pela arte de capa e projeto gráfico. Na arte de capa, criada em parceria com C.N.S.(aka Diogo Soares), ele buscou retratar o chamado Monstro da Vontade que dá título à obra, buscando a imagem de uma espécie de pajé pós-humanista que traz ao mesmo tempo uma imagem de força e serenidade.

O EP pode ser ouvido ou baixado na íntegra - incluindo o encarte completo - neste link. Confira abaixo o encarte completo de Monstro da Vontade.









2 comentários:

  1. Trabalho fantástico, meu amigo! Visualmente sua arte me remete ao melhor do psicodelismo sessentista. O Rock, com som mais soturno, pesado, sonoramente não é o meu preferido (sempre optei pelo ritmo mais pop), mas com seus vocais e aforismos, ele me transporta a mundos ainda não pisados pela alma humana, impossível ficar indiferente. Isso é o que melhor eu traduziria como arte. Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Na verdade, amigo, me corrijo, não havia visto o link para ouvir o EP e baseei meu comentário em outras audições suas onde a sonoridade era bem mais pesada. Agora que ouvi as músicas tudo tomou novas proporções. Trabalho impecável nos arranjos!
    E suas letras retratam perfeitamente o atual mundo onde vivemos, um mundo onde me vejo totalmente deslocado.
    Congratulações mais uma vez.

    ResponderExcluir