sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

[Prêmio de Melhor Antologia para a obra 2021] Ciberpajé recebe o Troféu Argos - mais importante prêmio da literatura fantástica em língua portuguesa

Amigos, é uma alegria imensa terminar o ano com esse troféu em mãos! Ter sido agraciado com o PRÊMIO ARGOS, o mais importante da literatura fantástica em língua portuguesa, é uma honra inenarrável!

A antologia 2021, organizada por mim e que contou com 7 grandes nomes da FC brasileira criando contos a partir de ilustrações minhas contextualizadas em meu universo ficcional transmídia da Aurora Pós-Humana, foi premiada com o Troféu Argos de melhor antologia em 2021. Devido à pandemia só agora foi realizada a cerimônia de premiação entregando os troféus e certificados aos premiados de 2021, 2022 e 2023. O amigo Octavio Aragão, um dos escritores do livro, representou-me na cerimônia de premiação e leu meu discurso de agradecimento.

Octavio Aragão representou o Ciberpajé na cerimônia, na foto ele está com o troféu e o certificado em mãos

O vídeo abaixo, após minha breve introdução, apresenta Octavio recebendo o troféu em meu nome e lendo o breve discurso que agradeço nominalmente a todos os envolvidos com a criação e edição do livro 2021.



Se você ainda não leu essa obra premiada, baixe o e-book neste link.

A Cerimônia de Entrega do Prêmio ARGOS aos ganhadores dos anos de 2021, 2022 e 2023 aconteceu no dia 13 de dezembro de 2023 no auditório da Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro. Eis a íntegra do meu discurso de agradecimento lido por meu representante Octavio Aragão:

Agradecimentos do Ciberpajé pelo Prêmio Argos de melhor antologia para o livro 2021

    Muitos dos escritores brasileiros de ficção científica que mais admiro foram premiados com o Argos, por isso receber este prêmio tem um valor especial para mim, sobretudo por recebê-lo pelo inusitado projeto editoral da antologia “2021”. Seguimos em um mundo de aceleração hiperinformacional no qual tudo envelhece em um instante fulgurante, perde o valor e é descartado pelo desespero quase ensandecido na busca pelo aparentemente “novo” que dura segundos e também se esvai para o esgoto do tempo inexpugnável. Tudo é urgente e estranhamente quase nada mais encanta os seres bombardeados diariamente por milhões de imagens, sons e textos. Tudo se trivializa em uma atmosfera conduzida pelo hiper-real, pelas pós-verdades, pelo pós-conhecimento – a impossibilidade biológica de absorver, navegar e selecionar informações úteis e transformadoras diante do rio caudal de chorume da hiperinformação galopante.
Quando concebi a antologia 2021, no ano de 2020 em plena explosão da pandemia de COVID-19, queria como título uma data que representasse um futuro próximo, como forma de homenagear duas grandes obras da ficção científica, 2001 e 1984, e pensei em qual seria então o ano desse tal futuro próximo? Concomitantemente à aceleração da informação, das inteligências artificiais, redes neurais, algoritmos genéticos, no momento em que escrevi a apresentação do livro, em agosto de 2020, experienciávamos a tragédia de uma pandemia global que só no Brasil ceifou mais de 666 mil vidas, e junto dela vivemos um panorama mundial que instigava reflexões densas sobre a ordem moral, sociocultural e ideológica que rege o planeta, chocando-se diretamente com arroubos autoritários de viés neofascista que insistem em sobreviver nesse contexto hipercomplexo e hiperdimensional das realidades atuais. Nesse panorama, ainda sem a vacina, o ano de 2021 era um grande e distante incógnita! Menos de uma semana depois que escrevi o prefácio de 2021, no dia 16 de agosto de 2020, meu amado pai, Dimas Franco, foi uma das vítimas do genocídio da COVID-19 no Brasil. Recebi o maior golpe de minha vida, e sofri a maior das dores. Conversei algumas vezes entusiasmado sobre 2021 com meu pai e ele estava curioso para ler o livro, mas infelizmente não pode. Por isso dedico esse troféu Argos a ele e a todas as milhares de vítimas dessa tragédia que jamais serão esquecidas.
Infelizmente seguimos na nefasta busca incessante por ter cada vez mais coisas, por dominar cada vez mais pessoas, por obter cada vez mais prestígio, mesmo que isso signifique explorar a própria espécie, as outras espécies e a biosfera inteira. Nada mudou, os poderosos seguem ávidos por lucro, os bancos e as corporações multinacionais seguem financiando toda a corja de políticos globalmente. A pandemia parece ter sido apenas uma vírgula insignificante em sua saga egoica e umbilical de acumulação colossal, e seus valores torpes contaminaram as massas manobradas que em suas vidas de servos autômatos têm os mesmos desejos que seus dominadores.
As minhas criações artísticas têm focado na conexão intrínseca e extrínseca entre arte, transcendência, magia, ciência e tecnologia, obras transmidiáticas que se baseiam em meu universo ficcional da Aurora Pós-humana, mas utilizam-se dos mais diversos suportes para serem realizadas. Na concepção do livro 2021, o universo ficcional da Aurora Pós-humana aparece de forma indireta, já que as ilustrações que inspiraram os contos, ainda que criadas para esse universo, foram reconfiguradas com uso de redes neurais e inteligência artificial, com os quais trabalhei novas texturas, cores e estilos gráficos, isso ainda em 2020, muito antes da explosão das IAs.
O livro constitui-se de sete ilustrações mais sete contos de autores de ficção científica brasileiros inspirados por elas. Agradeço imensamente os grandes escritores que honraram-me com suas narrativas instigantes, sendo eles: Edgar Smaniotto, Fábio Fernandes, Fabio Shiva, Gazy Andraus, Gian Danton, Nelson de Oliveira e Octavio Aragão. Os contos inspiram-se nas artes, mas os autores tiveram toda liberdade para criar, no limite de 2021 palavras por conto, como referência ao ano de 2021, que para mim representava o tempo de um admirável ou abominável mundo novo, no qual – infelizmente - o velho "normal" seguiu incólume.
Minha gratidão também à editora Marca de Fantasia, na figura do incrível Henrique Magalhães que editou a obra; ao Canal Fantasticursos, importante espaço dedicado à FC e Fantasia no Youtube e coordenado pelo pesquisador e Professor Dr. Alexander Meireles da Silva aonde realizamos a live de lançamento; à amiga pesquisadora Adriana Amaral que escreveu o prefácio; aos organizadores do Prêmio Argos pela deferência e, não menos importante, à minha esposa, I Sacerdotisa Rose Franco, e minha mãe, Alminda Salomão, pelo suporte emocional necessário para superar minhas dores e seguir criando. Amo vocês!

Um grande abraço do Ciberpajé.


Confira a íntegra da cerimônia do ARGOS 2023 neste link.

Organizadores do Prêmio ARGOS e alguns dos premiados na cerimônia 2023

Seguem algumas fotos do Ciberpajé com o troféu em mãos, em ensaio da I Sacerdotisa Rose Franco.




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