A arte da capa já é um choque, é a primeira coisa que chama a atenção. Toda recheada de signos, não tem como deixar de notar a foice da morte carregando a bandeira do país. Nem há muito mais o que dizer sobre essa questão, pois é sabido o quanto estamos desgovernados, jogados à sorte, em meio a uma crise sanitária que mata pessoas sem ar, sem conseguir respirar
Logo no início da primeira canção/aforismo, já começo uma viagem de sons, que vai de Hanói-Hanói à batida autóctone de Marlui Miranda, passando por Pink Floyd. Tudo combina para mostrar, de forma bela, a tristeza que se abate sob nós. Nosso mundo é devastado desde sempre, não no sentido religioso do pecado capital, mas quando o ser humano descobriu-se "superior" aos demais e se achou no direito de fazer o que bem entendesse com o planeta.
A batida de "Culto" vai numa crescente, às vezes chega a incomodar os ouvidos. Incomoda tanto quanto os cultos evangélicos que formam seres tão abissais, o culto ao dinheiro, o culto ao consumismo, o culto à avareza, ao culto do sadismo que se vê nos olhos do presidente da república, que nos joga para a morte todos os dias.
Morte Rubra mostra o quanto estamos sangrando nas mãos do "bobo da corte", que infelizmente ainda tem apoio popular para governar. É preciso estar atento e forte, como na música de Caetano Veloso, como a força dessa melodia, que nos empurra para a consciência e a ação.
Enfim, mais uma vez a arte trazendo luz e nos salvando.
*Adaor Oliveira é filósofo e educador
Ouça o EP "Ciberpajé - Reino Devastado", parceria com o projeto Horror (PR), clicando na arte de capa abaixo:
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