Arte do Ciberpajé
Gostei do clima do novo EP “Pedras Flutuantes” (ouça-o aqui), parceria do Ciberpajé com a musicista Cell (RS). Voz esplendida! Timbres excelentes que casam bem com os arranjos das músicas.
Os aforismos certeiros (em tom de anúncio do “que virá a partir do que vem sendo”) do Ciberpajé declamados por sua voz mais grave, dão um ótimo contraste com os sons hipnóticos das faixas e as vocalizações de Cell (aka Célia Mann). Tais vocalizações me chamaram atenção especial. Penso que dão um tom melancólico e trágico mas ao mesmo tempo suave e sublime. Gerando uma atmosfera mágicka que me remete a sonhos ou delírios transcendentais, em meio a criaturas fantásticas, talvez em alguma floresta encantada. Criaturas, penso eu, que do folclore brasileiro, como a Cuca ou a Iara, talvez...
Na última faixa, a declamação do aforismo que versa sobre o coração solidário e impetuoso pela artista fecha de maneira reflexiva e sensível a bela obra.
Gosto muito do primeiro aforismo que versa sobre a beleza silenciosa do nada e que percorre todo o conceito musical da obra. Parece-me que a obra é direcionada à sutileza do silêncio da renovação e, como pontua o aforismo 2, do exorcismo terno da crueldade que assola Gaia e se personifica na humanidade. O silêncio do nada, dos primórdios e do fim que dá vida a um novo começo em um ciclo mágicko ritual dançante universal, mas também intimista e acalentador.
*Fredé CF (a.k.a. Frederico Carvalho Felipe) é artista transmídia, criador do universo ficcional MekHanTropia, pesquisador, professor e doutorando no Programa de Pós-graduação em Arte e Cultura Visual da UFG, em Goiânia.
Ouça Ciberpajé - Pedras Flutuantes clicando na arte de capa abaixo:
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