quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

[Resenha] EP Ciberpajé - Hino ao Nada que Fui e Serei: uma obra mágica que te faz sentir assombrado, mas também muito puro, limpo! Por Brunna Nastassia

Selfie de Brunna Nastassia com a arte de capa do EP em sua tablet

O sol tímido de inverno bávaro iluminava os gravetos secos, as pedras e os patos engordurados na corrente de degelo (Eu estava lá!) e fui agraciada, durante doze minutos de caminhada, pelo ‘Hino ao Nada que Fui e Serei’ - ouça-o aqui -  trincando em estéreo os meus ouvidos gelados. 

O vento violento fazia coreografia com o que eu ouvia, rasgando as orelhas e os olhos até que me agradou estranhamente uma leve fotofobia. A luz amarela e roxa, que dançou atrevida por alguns minutos na minha frente, se mexia e bagunçava minha visão e meus sentidos assim como a melodia transcendental de Alan Flexa e a voz corajosa e selvagem de Ciberpajé (aka Edgar Franco) guiando-me e se responsabilizando por tudo. 

O tudo bem áspero e cortante, porém agradável, muito agradável, das fotossínteses degoladas, martelos esquecidos e morte caudalosa chafurdados em lirismos genuínos de vida, psicodelia, arte e morte. Uma obra mágica que te faz sentir assombrado, mas também muito puro, limpo! Cuidado que isso tomará você! O espancamento psico-progressivo e poético é certeiro, mas também flutuante e harmônico e você vai querer repetir.

*Brunna Nastassia é artista, estilista, e ativista cultural, vive na Alemanha.

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