Caramba!!! Sensacional! Li o conceito do álbum COVID-666 no blog, pirei pro encarte e ouvi com fones as músicas. Que experiência incrível! Que obra forte, visceral e que resume com intensidade o momento grave que passamos. Ou mudamos enquanto espécie ou nos findaremos.
Curti demais a narrativa dividida em três atos que são as três faixas. O nascimento do vírus, se impondo e alertando a humanidade sobre a importância de mudar hábitos. A segunda faixa abordando o modo arrogante e nefasto como tratamos o momento, priorizando a economia em detrimento da vida, com governantes mortos-vivos que exalam um odor fétido exposto muito bem pelo o ruído das moscas sobre os cadáveres e vermes que nos assolam diariamente. E, por fim, a última faixa deixa claro que ou nos reconectamos enquanto parte vital do planeta ou o planeta se deliciará com nossa ausência.
As perspectivas não são as melhores. Acho que dialoga bem demais toda sua arte e poética e com a ideia que venho desenvolvendo sobre a MekHanTropia. Essa desanimalização nos assola forte e o fim do álbum, com seu ruído constante, encerra a nossa esperança como espécie (na UTI) que parou de respirar e o apito preenche o ambiente cheio de ar deixado por pulmões que não podem mais respirar. Caminhamos pra isso, infelizmente. A utopia da natureza é a nossa distopia. 666 cravado no meio da testa desses malditos inconsequentes que nos atiram ao buraco negro. Parabéns pela obra essencial!
*Fredé CarFeli é artista transmídia, educador e doutorando no PPG Arte e Cultura Visual da UFG
Ouça o EP Ciberpajé - COVID-666, parceria com o Death Cult Devotion, clicando na arte da capa abaixo.
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