quarta-feira, 23 de outubro de 2024

[Lançamento - assista agora!] "The Strange Sadomasochist Hermaphrodite Droid": novo videoclipe do POSTHUMAN WORM tem criação e direção de Amante da Heresia e Orphiria Dulcifferis

Está no ar o vídeo oficial "The Strange Sadomasochist Hermaphrodite Droid", confira neste link, da faixa de mesmo nome do álbum musical "CyBorgasmOrgy" do POSTHUMAN WORM. Este é o segundo videoclipe oficial do álbum dirigido e criado pelo lendário artista transmídia Amante da Heresia (aka Léo Pimentel), doutor em artes pela UFG e criador iconoclasta de universos ficcionais e obras transmidiáticas que já realizou múltiplas parcerias com o Ciberpajé (aka Edgar Franco) e desta vez ele divide a direção e criação com a artista multimídia Orphiria Dulcifferis (aka Maiara Martins), mestranda em artes pela UnB. O vídeo D.I.Y. foi criado com influências que vão de Cronenberg, passando por Shinya Tsukamoto e chegando a Petter Baiestorf. Nas palavras de Orphiria:


"A critura tenta dizer, fisicamente, o que significa existir em um estado pós-humano, onde o corpo, agora representado por uma lesma sadomasoquista, feita de miolo de pão, tinta vermelha e Eno, se funde à tecnologia. Neste cenário, as funções erógenas não são apenas corrompidas, mas eliminadas ou recriadas artificialmente, tornando-se uma transformação não apenas física, mas também conceitual, dissolvem-se as barreiras definidas para que emerja o entre (dor e prazer/orgânico e inorgânico). O que antes era carne torna-se matéria híbrida, onde a interação entre o desejo e o sofrimento é intensificada pela estética grotesca, remetendo a Cronenberg, Junji Ito e Giger, criando uma paisagem de horror e erotismo. Aqui, o "corpo" — ou o que resta dele — não é um simples receptáculo de prazer ou dor, mas uma entidade em constante mutação, reconfigurada por forças (maquínicas?) externas. A lesma pós-humana, em sua jornada de prazer extremo e tortura, é moldada pelo "algozítmo" ou algoz algoritmo ou ritmo algoz que (des)acompanha o som pós-humano de "The Strange Sadomasochist Hermaphrodite Droid" música do POSTHUMAN WORM, de Ciberpajé. Uma lesma-minhoca sadomasoquista tenta se fundir, transar e, principalmente, se cindir com crueldade e prazer ao inorgânico desejando a aniquilação de todas as vontades para torna-se a um só tempo tortura e desejo num ciclo de interminável prazer e dor."



Além da música, o Ciberpajé colaborou com um pequeno trecho animado que aparece no início do vídeo. Depois de 19 anos o POSTHUMAN WORM retorna com um novo álbum tão impactante e singular como o seu primeiro, trazendo "contos sonoros" de ficção científica ambientados no universo ficcional da Aurora Pós-Humana e tratando do erotismo de criaturas pós-humanas na busca da transcendência.

A faixa musical que inspirou a criação do vídeo integra o álbum "CybOrgasmOrgy" do POSTHUMAN WORM, um lançamento da gravadora "Terceiro Mundo Chaos Discos", de Curitiba, Brasil. Ouça-o na íntegra neste link. Adquira o CD do álbum neste link.




terça-feira, 22 de outubro de 2024

[resenha criativa] flUctUArE in kOsmOs – vislumbres do livro Aforismos do Ciberpajé, por Amante da Heresia

 

FLUCTUARE IN KOSMOS 

– VISLUMBRES DO LIVRO AFORISMOS DO CIBERPAJÉ –

AmAntE da hErEsiA* – lÉo pIMENTEl (130 pix3ls – sOUl tO)
primavera, cerrado, 2024


para pensar sobre um texto é de extrema importância o tipo de leitura que se faz. essa relação é crucial. caso contrário, tudo o que se lê não passa de uma mesmidade informacional. ler deve ser um permanente colocar-se em experimento. já que aquilo que será lido, é a realidade virtual em que, quem escreve, se coloca a viver. nesse tipo de experienciar-se há, a um só tempo, o vislumbre dessa RV escrita e seu chocar-se com a RV leitura. colocar-se a ler, é seguir para dentro de uma colisão de galáxias. um movimento de choque profundo e intenso, onde dali, jamais se poderá sair a mesma pessoa que lê. não acontecendo esse choque, é o império do mesmo que ali se reitera.

pois bem, o experimento de leitura e, consequentemente, o modo que me coloquei a pensar sobre o que li, em “Aforismos do Ciberpajé”, seguiu duas coordenadas experimentais para acesso e colisão com tal realidade virtual ciberpajeana: a primeira foi, “tendo o escrito, a forma de aforismos, como seria se minha leitura também fosse aforismática?”; e a segunda coordenada, foi “como ter, em imagens, o sentido do todo cósmico a partir de tantos fragmentos moleculares?”. em outras palavras: ler fractalmente construindo cosmos imageticamente. para tal aventura errante, nomeei minhas reflexões aqui de “fluctuare in kosmos”. “fluctuare” do latim, que significa “agitar”, “ondular” no “kosmos”, do grego, que é “ordenar”, “harmonizar” diferentes contextos.

*****

capitulo i

aqui não há atalhos de sentido. muito menos há encurtamentos da linguagem. há sim uma profunda intimidade entre estranhos. como aquele princípio biológico evolutivo, cuja dinâmica entre estranhos, é a condição básica da sobrevivência. indivíduos não relacionados que mostram que é a cooperação, e não a competição, que melhor propiciam a seleção natural. desde esse poderoso princípio evolutivo, os estranhos “lobo” e “ciberpajé” passam a se relacionar intimamente. ora ciberpajé coleta o néctar do lobo. ora o lobo vem viver entre os tentáculos do ciberpajé. ora é a simbiogenia que os une. ora o ciberpajé se associa ao lobo, para ambos, conseguirem melhor absorver os nutrientes vitais do cosmos. ora o lobo se aproxima do ciberpajé para lhe comer seus carrapatos e parasitas, para que sua transmutação se realize na mais alta potência magikca.

curiosamente dá para ver uma espécie de “atmosfera microlobuna” no corpo pós-humano ciberpajeano. bactérias, fungos e vírus licantrópicos que se desprendem no ar e permanecem em torno dele. isso lhe propicia uma certa assinatura microlicantrópica viva. um corpo de fera cuja pós-humanidade é se aproximar de ser um corpo cósmico composto, somente, de microlobos vivos. um tipo de lobisomem jamais visto até então. um tipo pós-espécie que acontece desde seus micro-organismos mais básicos. de sistema imunológico fortalecido e voraz contra toda mediocridade, e contra qualquer que seja a progressão geométrica da mesmisse. interessante notar que tudo isso se dá em flutuação. parece não haver terra, nem raízes, a não ser as aéreas. também não há arquitetura, muito menos urbanismo – seria alguma cicatriz? como na maioria dos desenhos do próprio ciberpajé: assim como em sua RV, tudo acontece no cosmos interior de cada uma de nós. onde temos asas poderosíssimas, biomecânicas, em que, a medida em que a batemos, o cosmos, organicamente, se expande com seus movimentos. ou melhor, onde temos patas, peludas, fortes e com garras afiadas, cibergeneticamente transmutadas, em que, a medida que corremos por sobre nossos abismos interiores, o cosmos se expande dentro da singularidade de cada uma de nossas pegadas.

capítulo ii

se anteriormente a intimidade era entre os estranhos, lobo e ciberpajé, que se complementam em flutuação e pegadas cósmicas, aqui, a intimidade se dá entre os familiares, em nome do pai, do filho e da mãe, numa geografia mineiro-goiana. aqui o pós-animal é outro. está ora aterrado, ora deixando vestígios de sua passagem. é uma espécie de tardígrado de tamanho família de papo reto e franco. ou melhor, essa relação terrosa não seria mais bem descrita como a grande família franco-tardígrado? pois, pelos aforismos, desta segunda ponta, que é esse capítulo do referido livro-tridente, há uma extrema resiliência expressa amorosamente. as condições são as mais extremas, letais para organismos fracos, não francos. amor filial que resiste à radiação extrema que degenera a própria temporalidade de suas vidas. amor filial que resiste às temperaturas baixíssimas, onde uma recente necropolítica nos conduziu ao quase zero absoluto, e ao ódio cujas temperaturas altíssimas nos fritava acima dos 150ºC. filiação resistente a pressões, milhares de vezes maior que a atmosfera, de parentes que pensavam estar fazendo o melhor. por fim, o amor dessa intimidade familiar ajuda a sobreviverem no vácuo do espaço criado por idiotas que insistem em ter esse vazio como casa.

e como será o ciberbajé no espaço exterior de sua amada grande família franco-tardígrado? ele nos dá pistas de como, em individuação, se parece com uma medusa imortal. nos dá pistas de sua capacidade de reverter seu ciclo de vida. de como, em sua maturidade, volta a ser menino, jovem e logo mostra-se como ancião. vive indefinidamente, já que o agora é seu todo presente e presença. assim torna-se, poeticamente, imortal. mesmo estando vulnerável à predação mesquinha dos burocratas de plantão. mesmo estando vulnerável a outras ameaças ambientais que podem matá-lo, como a economia criativa e o deserto do mundo hiperconectado. ciberpajé nos brinda com a alegria de que um outro caos é possível. um maravilhoso caos de matizes cinza pós-caos preto no branco.

capítulo iii

e formando o tridente, esta ponta é a mais afiada. é a da intimidade com o dissenso. em seu amor para com a humanidade, que podemos nomear como pós-humanismo, ciberpajé traça suas rotas e expõe suas estratégias contra o humano, demasiadamente humano, que se coloca contra si e contra todas as outras formas de vida. isso inclui seu próprio planeta. para seu mais íntimo bem viver, a humanidade tem que se deixar morrer enquanto tal, para florescer como pós-impacto-devastador que és. tornar-se pós-algo para além de sua expansão por meio da agricultura, urbanização e mineração. tornar-se pós-poluição; pós-mudanças-climáticas; pós-espécie invasora; pós-caça-e-pesca; pós-superpredador. ser vírus de si mesmo. vírus-humano, pós-humano. patógeno de si para sua própria boa saúde. todo bem viver propiciado pelo contágio de um si-mesmo inspirador, e não pela auto-aniquilação já em curso. aqui nenhum evangélio a trazer. por suas palavras nenhum convencimento a fazer. apenas ser insPiração informacional. antítese iconoclasta da nossa coletividade atual. desta onde há um toró de mensagens, em que nelas, raríssimas vezes, há alguma informações. eis seu dissenso: estamos demasiados ocupados com nossas mesmidades. abrimos mão da informação em prol do mero envio de banalidades.

num mundo cínico do realismo político, ao menos uma pessoa deve sonhar. como no filme “corrida silenciosa” de 1972. ciberpajé não é um herói, muito menos é um anti-herói. é ambos e nenhum ao mesmo tempo. é erros, tropeços, fagilidades. é acertos, pisadas firmes, elegantes e antifragilidade. é carne, osso e virtualidade. virtude de todas as possibilidades. todas! e não uma! mas única. autêntica. combatente pelo si-mesmo livre de todas as demais. fractal, pleno. aforismo-ser, ente-tratado. frio como uma lâmina, quente como um tridente. sofrência, sorridente de caninos à mostra. distopia autorreflexiva, paraUtópico. ciberpajé, nunca foi e jamais será. ciberpajé, é.


adenddum

xxxforismo(s) – des|a|hq: se quiseres. desde teu céu noturno, desenha-te, com traços de luz, e faça-te carta celestial própria. seus objetos astronômicos são os micro-organismos que compõem seu corpo. sua matéria tem infinitos tons de cinza. use seus próprios dedos para desenhar esses astrorgânicos sobre sua própria lama. para tal, esqueça o que fazes diante das telas. importa-te com o que deixas de fazer enquanto estás diante delas.

*****

FRANCO, Edgar. Os Aforismos do Ciberpajé. São Paulo: Editora Sinete, 2024.
Adquira seu exemplar neste link.




Resenha originalmente publicada no blog AMANTE DA HERESIA, neste link.


*Amante da Heresia (aka Léo Pimentel Souto) é zineasta, muzinista, doutor e pós-doutor em Arte e Cultura Visual pela UFG. 

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

[Lançamento] O Mal Imperioso - Novo EP do Ciberpajé sela parceria com o notório musicista gaúcho Max Chami e seu projeto Antoine Trauma

Foi lançado hoje o novo EP do projeto musical Ciberpajé intitulado "O Mal Imperioso" - ouça-o aqui - , a obra musical sela uma nova parceria com o notório musicista experimental Max Chami e seu lendário projeto musical Antoine Trauma. 

O EP conta com 3 faixas, sendo elas: Aforismo I - O Mal Imperioso, Aforismo II - O Mal Necessário, e Aforismo III - O Reflexo do Mal. Max Chami, musicista gaúcho de Santa Maria com vasta e impressionante carreira na cena alternativa internacional, soube dar a expressividade necessária para criar as densas atmosferas que envolvem a voz do Ciberpajé recitando teatralmente os aforismos. As faixas apresentam pregnâncias sonoras baseadas em ritmos e batidas que produzem um efeito mântrico obscuro. Os aforismos escritos pelo Ciberpajé formam uma trilogia sobre a necessidade do mal ser incorporado em nossa existência, compreendendo sua inevitabilidade em nossas vidas e trabalhando-o como uma sombra a ser absorvida em nosso self para que o nosso bem emerja. 

Além dos aforismos e vozes o Ciberpajé ficou responsável pela arte da capa. Ela traz alguns símbolos mágickos de seu universo ficcional transmídia e também sistema mágicko caoticista, a Aurora Pós-Humana. O EP pode ser ouvido na íntegra e também baixado com o encarte completo no Bandcamp do Ciberpajé. Abaixo segue o encarte completo.








quarta-feira, 31 de julho de 2024

[EDITAL] II Prêmio Nacional Ciberpajelanças de Fanzines e Artezines

Edital para o II Prêmio Nacional Ciberpajelanças de Fanzines e Artezines 
e para a
 IV Expozine – Exposição Internacional de Fanzines, a ocorrer no V Festival de Artes Ciberpajelanças, dias 29 e 30 de novembro e 1 de dezembro de 2024.


1. Apresentação

1.1 Fanzines, zines e artezines

Os fanzines surgiram como boletins mimeografados paralelos às publicações oficiais, criados por fãs da literatura de ficção científica (FC) a partir de 1930, nos EUA. Depois, graças às fotocopiadoras, e também ao punk, ao rock e aos quadrinhos underground, espalharam-se pelo mundo, diversificando os seus temas e formatos – desde FC, histórias em quadrinhos (HQs), música, literatura e múltiplas expressões, e, atualmente, têm outras categorizações como os artezines – zines artísticos, que prezam por um viés de experimentalismo –, além dos biograficzines – zines autobiográficos –, dentre outros.

Na contemporaneidade, o termo fanzine, também chamado de forma resumida de zine, sofreu uma diferenciação conceitual, assim os “zines” são publicações autorais que trazem expressões de arte como desenhos, ilustrações, gravuras, fotos artísticas, literatura, poemas, histórias em quadrinhos, dentre outras expressões. Já os “fanzines” são as publicações com materiais atinentes aos fãs de algum tema, como ficção científica, quadrinhos, música etc. Neste segundo caso, trazem textos, resenhas, entrevistas, curiosidades e até republicações de HQs, charges, cartuns, caricaturas, desenhos, fotos – muitas vezes mixados entre textos e imagens – a partir do desejo dos fãs e faneditores que criam e participam dos fanzines a partir de seus temas queridos, como séries de FC, cinema, música e quadrinhos etc.

A característica marcante dos fanzines/zines é seu caráter paratópico de estar fora do sistema oficial de publicações. A paratopia é entendida como algo paralelamente localizado ao que existe oficialmente – no caso, os zines são edições paratópicas às publicações em bancas, livrarias e vendas online. Em sua grande maioria, primam por não visarem lucro, apesar de poderem ser vendidos livremente, ou trocados e até doados.

1.2  A Expozine

Dada a importância dos zines por seu caráter paratópico de autoexpressão que os caracteriza como publicações singulares no contexto cultural humano, o Grupo de Pesquisa Criação e Ciberarte (Cria_Ciber), da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás, desde o II Festival de Artes Ciberpajelanças, tem realizado uma exposição de fanzines/zines como parte do evento, na cidade de Goiânia, estado de Goiás.

Nos anos de 2019 a 2023, ocorreram, respectivamente, a “I Mostra Nacional de Zines: Expozine Ciberpajelanças” (23 e 24/11/2019), a “II Expozine Internacional Ciberpajelanças” (26 e 27/11/2022), e a "III Expozine Internacional Ciberpajelanças" (24,25 e 26/11/2023) com exposições físicas de zines, artezines, biograficzines e afins. A ideia foi criar um espaço de fruição dos fanzines na entrada do Ruptura – Espaço Cultural, onde aconteceram as exposições, em Goiânia.

Entre a primeira e a segunda Expozine, quando a mostra se tornou internacional, tivemos um salto grande no número de publicações recebidas, sendo que, na primeira, recebemos cerca de 200 edições e, na segunda, mais de 350 fanzines/zines, graças à convocatória na qual convidamos todos os criadores de zines de todas as temáticas, do Brasil e do mundo, a participarem. Na terceira edição da exposição, ocorrida em 2023, tivemos a primeira edição do "Prêmio Nacional Ciberpajelanças de Fanzines e Artezines", com mais de 100 edições de zines de todo o Brasil concorrendo ao prêmio.Assim, todos os zines enviados foram incluídos na exposição internacional organizada pelo Grupo Cria_Ciber (FAV/UFG). O mesmo ocorrerá na IV Expozine Internacional Ciberpajelanças, que acontecerá nos dias 29 e 30 de novembro e 1 de dezembro de 2024, quando também teremos a segunda edição do "Prêmio Nacional Ciberpajelanças de Fanzines e Artezines".

2.  Premiação Zine

Esta IV Expozine traz a segunda premiação aos (fan)zines, que acontecerá durante o V Festival de Artes Ciberpajelanças, nos dias 29 e 30 de novembro e 1 de dezembro de 2024, no Ruptura – Espaço Cultural, Av. Anhanguera, 128 – 04 – Setor Leste Universitário, Goiânia – GO.

Assim, todos os zines inscritos para a premiação integrarão a IV Expozine a ocorrer dentro da programação do V Festival de Artes Ciberpajelanças. Tanto a Expozine quanto a premiação são ações de extensão do Grupo de Pesquisa CRIA_CIBER, da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás, com apoio da ANZINE – Associação Nacional de Pesquisadores em Fanzines.

2.1 Normas para inscrever-se no II Prêmio Nacional Ciberpajelanças de Fanzines e Artezines

2.1.1 A premiação envolve três categorias abertas aos faneditores brasileiros e goianos. Sendo elas:

a) Prêmio de Melhor Artezine – Esta categoria dedica-se aos zines que apresentem caráter artístico-experimental em sua forma e/ou conteúdo.

b) Prêmio de Melhor Zine de Quadrinhos – Esta categoria destina-se aos zines que tragam em seu conteúdo histórias em quadrinhos originais criadas por seus editores ou de quadrinhistas convidados por eles. Enquadram-se nela os zines de quadrinhos de todos os gêneros, do humor ao drama, incluindo expressões quadrinhísticas experimentais.

c) Prêmio de Melhor Fanzine – Esta categoria destina-se às publicações que não se enquadram nas duas categorias anteriores, como fanzines com os temas: poesia, literatura, ficção científica, punk, rock, heavy metal, entre outras temáticas.

Além das três categorias, a premiação também envolve o Trofeuzine de Mestre/Mestra do Fanzine Nacional, um troféu concedido pela comissão organizadora do prêmio para homenagear expoentes do fanzinato que contribuíram por 20 anos ou mais para o cenário fanzinístico brasileiro.

Nessa segunda edição do Prêmio Nacional Ciberpajelanças de Fanzines e Artezines, a comissão organizadora escolheu por unanimidade a pioneira fanzineira, Thina Curtis, como a homenageada com o Trofeuzine de Mestra do Fanzine Nacional.

2.1.2. Sobre a homenageada Thina Curtis

Nossa homenageada, Elaine Cristina Silva, mais conhecida como Thina Curtis e "Dona Fanzine" é uma poeta, fanzineira, quadrinista, arte educadora e produtora cultural brasileira, natural de Santo André, São Paulo. Trabalha com fanzines e atividades em prol das publicações independentes desde 1990. Em 2011, Thina idealizou o projeto Fanzinada, considerado um dos mais importantes eventos do país no que tange aos fanzines. A Fanzinada promove encontros de escritores, quadrinistas, ilustradores e produtores que expõem suas obras e fanzines, além de contar com palestras, debates e feira cultural. O projeto tem ainda o objetivo de resgatar a memória dos fanzines e de seus autores. Foi colunista do site Impulso HQ, publicando matérias e resenhas.

Em 2020, Thina publicou, ao lado de Márcio Sno, João Francisco Aguiar e Jô Feitosa, o livro Zines no Cárcere, no qual os autores contam suas experiências coordenando oficinas de fanzines para pessoas privadas de liberdade. A proposta principal do livro, que foi organizado por Sno, foi mostrar a produção criativa dentro dos presídios e como é trabalhar com arte educação nesses espaços.

Em 2023, durante a Comic Con Experience, lançou o livro BraZineiras: o protagonismo feminino nos fanzines, trazendo o relato de 36 mulheres. Thina já foi indicada duas vezes ao Troféu HQ Mix pelo evento Fanzinada e recebeu o Troféu Arte em Movimento, a maior premiação nacional e latina para artistas independentes. Além disso, em 2017 ganhou, ao lado de Fabi Menassi, o Prêmio Angelo Agostini de melhor fanzine pela publicação Café Ilustrado, editado pelas duas artistas.


2.2 Sobre a Premiação

– Categoria Nacional: Serão premiados nacionalmente um (fan)zine de cada uma das três categorias, com o Trofeuzine “Thina Curtis” de melhor (fan)zine nacional .

– Categoria Estadual: Será concedido um trofeuzine de melhor (fan)zine nas três categorias para escolhidos do estado de Goiás, pela comissão julgadora do prêmio.

– No total, serão 7 troféus, 1 para cada categoria nacional e estadual, além do Trofeuzine de Mestre/Mestra do Fanzine Nacional, concedido a (fan)zineiros(as) com uma trajetória significativa de pelo menos 20 anos de contribuição à cena (fan)zineira do Brasil. Nesta segunda premiação, como já destacado, a comissão escolheu por unanimidade Thina Curtis – que também dá nome ao Trofeuzine deste ano.

– Caso ache necessário, a comissão julgadora poderá estabelecer menções honrosas a (fan)zines não premiados.

2.3 Inscrição

– Poderão inscrever-se no prêmio fanzines, zines e artezines publicados no Brasil a partir do ano de 2019, a premiação e exposição destinam-se só a faneditores brasileiros e publicações impressas, excluindo edições digitais. Para participar da IV Expozine Internacional as publicações impressas podem ter sido editadas em qualquer data e país.

– Não poderão participar da premiação os integrantes do Grupo de Pesquisa CRIA_CIBER (FAV/UFG), os integrantes da comissão organizadora do prêmio e do V Festival de Artes Ciberpajelanças, nem seus parentes em primeiro grau.

– Para a inscrição no prêmio, primeiramente, o faneditor/zineiro deverá preencher e imprimir o formulário em anexo (baixe-o neste link), escolhendo a categoria e completando todos os campos para auxiliar a apreciação da comissão julgadora. Os(fan)zines publicados em outros estados e no Distrito Federal deverão inscrever-se nas categorias nacionais do prêmio, apenas os (fan)zines publicados no estado de Goiás poderão inscrever-se nas categorias destinadas ao estado.

– Além disso, deverão ser enviados por correio, junto ao formulário preenchido e impresso, dois exemplares do fanzine até a data de 10/11/2024 (NOVA DATA). Será considerado o carimbo dos correios com a data de envio. Os (fan)zines e a ficha de inscrição preenchida e impressa deverão ser enviados para o seguinte destinatário e endereço:

II Prêmio Nacional Ciberpajelanças de Fanzines e Artezines.

A/C Edgar Franco (Ciberpajé)
Rua R–17, Quadra 15, Lote 13,
Vila Itatiaia – Goiânia – GO
CEP: 74690-420.

– A comissão organizadora do prêmio não se responsabiliza pelos possíveis extravios de correspondências. Para tanto, aconselha que os (fan)zines sejam enviados por carta registrada (envio módico).

– Para o prêmio não serão aceitos (fan)zines entregues em mãos, apenas via correios.

– Todos os (fan)zines que se inscreverem no prêmio participarão automaticamente da IV Expozine Internacional Ciberpajelanças.

– Fanzineiros que não queiram participar do prêmio, poderão enviar apenas um exemplar do zine para a exposição, no mesmo endereço. Este é o caso de todos os fanzines internacionais, já que a premiação é nacional, enquanto a exposição é internacional.

3. Etapas da seleção do prêmio

3.1 Etapa inicial – após o recebimento das publicações a comissão julgadora selecionará as publicações nacionais premiadas e as publicações goianas premiadas.

3.2 Etapa final – o anúncio das publicações vencedoras. O aviso aos premiados nacionais e divulgação no Instagram do Grupo de Pesquisa CRIA_CIBER (@cria_ciber) se dará até o dia 29 de novembro de 2024. Os premiados goianos serão anunciados na cerimônia de premiação.

3.3 A cerimônia de premiação acontecerá no dia 29 de novembro de 2024, a partir das 20 horas, durante o V Festival de Artes Ciberpajelanças, no Ruptura – Espaço Cultural, Av. Anhanguera, 128 – 04 – Setor Leste Universitário, Goiânia – GO.

3.4 A comissão julgadora, formada por integrantes do Grupo de Pesquisa CRIA_CIBER (FAV/UFG), com a presidência do Prof. Dr. Edgar Silveira Franco (FAV/UFG) é soberana em suas decisões e na escolha dos premiados e possíveis menções honrosas.

3.5 Os organizadores esclarecem que a premiação não envolve nenhuma quantia em dinheiro para os premiados. Cada premiado receberá um Trofeuzine e um certificado assinado pela comissão julgadora. Também não possui verbas para o traslado de premiados, de Goiás ou de outros estados.

3.6 Os organizadores do prêmio se responsabilizam pelo envio dos trofeuzines e certificados para os premiados de outros estados e de Goiás que não estiverem presentes à cerimônia de premiação.

3.7 Todos os fanzines e zines recebidos (sejam para a premiação e/ou exposição) não serão devolvidos e farão parte do acervo do Festival de Artes Ciberpajelanças e de sua fanzinoteca itinerante.


3.8 Dúvidas sobre esse edital poderão ser sanadas enviando e-mail para edgar_franco@ufg.br


ZINE-SE!

sábado, 27 de julho de 2024

[Lançamento] Animação censurada "Menage com Duas Garotas Centauro" pode finalmente ser conferida no Vimeo


Está no ar a animação/videoarte/videoclipe "Menage com Duas Garotas Centauro" (Menage with Two Centaur Girls). Trata-se da terceira criação audiovisual baseada em músicas do CD musical "CybOrgasmOrgy" do projeto musical POSTHUMAN WORM. Depois de ter sido censurada em outras plataformas, a obra pode ser conferida no Vimeo neste link.

A animação foi criada pelo Ciberpajé em parceria com o seu parceiro criativo de longa data, C.N.S. (aka Diogo Soares), e foi gerada em uma rede neural previamente alimentada com mais de 300 artes desenhadas e pintadas pelo Ciberpajé (aka Edgar franco), ou seja, as imagens geradas simulam, através de aprendizado de máquina (machine learning), o traço característico do artista. A proposta foi misturar imagens surreais de criaturas pós-humanas da Aurora Pós-Humana - universo ficcional tranamídia do Ciberpajé -  e insinuações do ato sexual entre elas.

Sobre o conceito que engendra EternOrgasmo e o álbum "CybOrgasmOrgy" do POSTHUMAN WORM, o Ciberpajé destaca:

Os aspectos visuais e sonoros do Posthuman Worm estão inseridos no contexto de meu universo ficcional da “Aurora Pós-humana”, nele a evolução hipertecnológica e da consciência possibilitará gradativamente a migração psicossexual dos desejos da atual era Freudiana - estruturada sobre traumas, tabus sexuais, e desejos reprimidos -, avançar para uma era Junguiana – na qual as criaturas terão acesso irrestrito ao inconsciente das espécies -, e finalmente mergulhar em uma era Grofiana (Stanislav Grof), caracterizada pela penetração no inconsciente universal. Mas nos estágios iniciais de aceleração tecnológica a sexualidade em transformação produzirá novas perversões e múltiplas insanidades como robô-copulações doentias, a criação de andróides escravos sexuais e a degeneração de alguns humanos que vibram só nas baixas frequências. Mas ao longo das décadas seguintes a liberação sexual pós-humana terá resultados positivos, pois libertará a humanidade do estigma Freudiano. No contexto da “Aurora Pós-humana” a sexualidade das criaturas é a mais variada e iconoclasta. Imagine que existem os mais diversos humanimais, como híbridos de mulher e golfinho, homem e cavalo, e todos podem ser hermafroditas e transgêneros, possuindo múltiplos órgãos sexuais masculinos e femininos. Você pode colocar um pênis de asno em sua testa e sua parceira ou parceiro uma vagina de baleia entre os olhos. A biogenética está tão avançada que consegue produzir essas aberrações e irrigá-las, além de gerar novas conexões neuronais múltiplas, ampliando a região cerebral responsável pelo orgasmo. Os tabus e taras sexuais podem ser quebrados e vividos livremente. No contexto de minha ficção científica essa total liberação sexual – conseguida pela produção de biobots transgênicos - propõe que as amarras sexuais nunca foram um problema real, toda a moral era simplesmente um bloqueio ancestral baseado em dogmas arcaicos. Com a liberação e realização completa dos desejos sexuais reprimidos as criaturas podem finalmente concentrar seu pensamento e desejo em uma verdadeira evolução da consciência na busca da transcendência. Nesse álbum, em alguns momentos, assumo a identidade de um desses pós-humanos, Cyberlord, exorcizando taras sexuais e libertando-se para o caminho da consciência cósmica.

O álbum musical é um lançamento da gravadora brasileira "Terceiro Mundo Chaos Records", sua versão física em CD pode ser adquirida neste link, e a audição completa gratuita do álbum pode ser feita neste link.

Ficha técnica de Menage com Duas Garotas Centauro

Videoarte, animação e videoclipe oficial para a música "Menage with Two Centaur Girls" (Menage com Duas Garotas Centauro).*

- Direção, animação, edição e criação: 
C.N.S. (aka Diogo Soares) e Ciberpajé (aka Edgar Franco).

- "Menage with Two Centaur Girls":
Música do Posthuman Worm, do álbum "CybOrgasmOrgy", um lançamento da "Terceiro Mundo Chaos Discos", Brasil, 2024. tmcdiscos.com.br

- Posthuman Worm é CyberLord (aka Ciberpajé): 
Arte, música e letras.

- Uma produção do Grupo de Pesquisa CRIA_CIBER (CNPq - FAV/UFG). 
Animação produzida a partir de rede neural alimentada com mais de 300 artes originais do Ciberpajé contextualizadas no universo ficcional transmídia da"Aurora Pós-Humana".

- Goiânia, Brasil, 2024

domingo, 30 de junho de 2024

[Menção Honrosa] Animação do Ciberpajé "The Wolf Copulating with the Forest" ganha Menção Honrosa em festival de cinema no Canadá


A animação experimental e videoclipe "The Wolf Copulating with the Forest" (O Lobo Copulando com a Floresta), inspirada em uma experiência visionária com a ingestão do enteógeno Ayahuasca e criada com o auxílio de redes neurais no contexto do Grupo de Pesquisa CRIA_CIBER (FAV/UFG), recebeu MENÇÃO HONROSA no 10th Annual WideScreen Film & Music Video Festival, do Canadá.

O festival de cinema é dedicado ao cinema e aos videoclipes musicais, sua décima edição acontecerá de 25 a 27 de outubro de 2024, na cidade de Toronto, Ontario, no Canadá. Mais detalhes no instagram oficial do festival.


Essa é a sexta seleção internacional da animação, pois ela já havia sido selecionada pela curadoria da nona edição do "Randfilmfest - Festival Internacional de Cinema" e exibida no festival que aconteceu na cidade de Kassel, na Alemanha, entre os dias 15 e 18 de setembro de 2022. Também foi selecionada pela curadoria da segunda edição do  "Black Cat Award - Festival Internacional de Cinema" que aconteceu na cidade de La Paz, na Bolívia, entre os dias 11 e 15 de novembro de 2022. A animação integrou a décima terceira edição do festival internacional de cinema "Infierno en los Andes Fest", do Peru, dedicada ao horror, filmes fantásticos e bizarros, e videoclipes de heavy metal e rock. Ela aconteceu de 08 a 11 de dezembro de 2022, na cidade de Puno, no Peru. Outra seleção e exibição foi no festival internacional "Lift-Off Global Network - Sessions 2022", que aconteceu em novembro de 2022, na Inglaterra. E "The Wolf Copulating with the Forest" foi selecionada pela curadoria da Exposição Internacional "Zonas de Compensação 9.0 - Novas Realidades: territórios virtuais e outras marginalidades", organizada pelo Grupo de Pesquisa GIIP (IA/UNESP) - Grupo Internacional e Interinstitucional de Convergência entre Arte, Ciência e Tecnologia do Instituto de Artes da Unesp, Brasil, que aconteceu em novembro de 2022. Mas essa é a primeira menção honrosa recebida pela obra, e em um tradicional festival internacional já com 10 edições.

"O Lobo Copulando com a Floresta" (The Wolf Copulating with the Forest) é uma animação experimental que integra uma série de animações curtas todas inspiradas nas visões e sons experienciados pelo Ciberpajé em uma noite de lua cheia na natureza em uma roda sagrada de ingestão do enteógeno Ayahusca. A experiência, que durou cerca de 12 horas, envolveu a ingestão de 3 doses da substância em intervalos de cerca de 4 horas e produziu inúmeras visões e sensações que foram devidamente anotadas e relatadas em um caderno de anotações do Ciberpajé após a experiência. O resultando artístico inicial dessa experiência foi a história em quadrinhos NUASKA, publicada no álbum em quadrinhos Enteogênicos (Ciberpajé - Editora Criativo, 2019) com cinco páginas - cada uma trazendo uma das imagens/visões das 5 fases da experiência percebidas pelo artista, e o EP musical do projeto Posthuman Tantra também chamado NUASKA (ainda ínedito) com 5 faixas musicais que tentam recriar as sensações auditivas da experiência.

No momento o Ciberpajé está desenvolvendo o novo desdobramento artístico da experiência visionária, uma série de animações experimentais, utilizando os relatos escritos e rascunhos desenhados como base para a geração das sequências visuais que compõem as animações. As músicas utilizadas nas animações são as cinco faixas do EP Nuaska e cada uma delas representa uma das fases definidas pelo artista a partir de suas visões e sensações. A primeira animação a ser concluída foi "The Wolf Copulating with the Forest" (O Lobo Copulando com a Floresta), baseada na segunda fase da experiência e com 2 minutos de duração. Nela a música e as imagens buscam traduzir poeticamente as sensações sonoras e visões desse momento específico da experiência.





terça-feira, 11 de junho de 2024

[Lançamento - assista agora!] "Sexual intercourse with my multifunctional mutant clone": novo videoclipe do POSTHUMAN WORM tem criação e direção do lendário AMANTE DA HERESIA

Está no ar o vídeo oficial "Sexual intercourse with my multifunctional mutant clone" da faixa de mesmo nome do álbum musical "CybOrgasmOrgy" do POSTHUMAN WORM. A obra foi criada e dirigida pelo lendário artista transmídia AMANTE DA HERESIA (aka Léo Pimentel), doutor em artes pela UFG e criar iconoclasta de universos ficcionais e obras transmidiáticas que já realizou múltiplas parcerias com o Ciberpajé (aka Edgar Franco). Depois de 19 anos o POSTHUMAN WORM retorna com um novo álbum tão impactante e singular como o seu primeiro, trazendo "contos sonoros" de ficção científica ambientados no universo ficcional da Aurora Pós-Humana e tratando da sexualidade e das perversões de criaturas pós-humanas na busca da transcendência. Confira o vídeo oficial neste link, ou abaixo:

A faixa musical que inspirou a criação do vídeo foi "Sexual intercourse with my multifunctional mutant clone" do álbum "CybOrgasmOrgy" do POSTHUMAN WORM, um lançamento da gravadora "Terceiro Mundo Chaos Discos", de Curitiba, Brasil. Ouça-o na íntegra neste link, e adquira o CD do álbum neste link.


O vídeo criado por Amante da Heresia inclui múltiplos subtextos e incríveis mensagens subliminares que redimensionam os conceitos do POSTHUMAN WORM, confira algumas palavras de seu criador sobre o processo de desenvolvimento da obra:

Não é o primeiro, muito menos será o último, videoclipe que o grande Ciberpajé me convida para Zinematizar! E a alegria é sempre gigantesca em receber tão maravilhoso convite. Aceitar, então, é um gozo completo. Em êxtase, a primeira ideia que logo vem, é fazer algo que eu não tenha feito ainda. Mas sem deixar de imprimir meus rastros e. também, sem a paranoia do ineditismo. Isso não garante a completude da visualidade que vai surgir. No entanto, uma certa grafiação pode ser esperada, como por exemplo, colagens marotas, gamestética retrô, filmagens sorrateiras, textos provocativos, e muita sutileza escondida ao longo do videoclipe.

Com o sentimento de prazer ainda reverberando, fui escutar, em repetição sem fim, a música que se transduzirá pelas vias dos meus gestos Zinematográficos. Pois bem, o presente caso que passou por tudo isso, foi a música “Sexual intercourse with my multifunctional mutant clone” do phoderástico, projeto ciberpajeano PostHuman Worm! Amigues! O som… que paulêra na molêra pós-humana! Não só isso! É a musicalidade de uma transa para quem não tem barreiras imaginativas-sexuais nenhuma! Tragam isso para a mente e para o corpo! Vai! Isso! Não se acanhem!

A primeira concepção desde aí, veio sobre... multifuncional! O quê e como seria isso? Múltiplas funções! Seriam elas orgânicas, pegajosas e gosmentas? Próteses mecânicas de texturas variadas? Eletrônicas vibrantes e com micro-choques? Tudo isso viria acoplado em... um clone mutante! Biogenética de hibridismo animal, vegetal, especulativa ou as três? Nanorobótica generativa sincronizada com nossas fantasias mais inconfessas? Hum… que delícia! Agora vamos para os finalmentes.

Toda a visualidade que eu ai criaria tinha que ser transversal, quimérica e simbólica. Eu queria usar I.As. gratuitas. Mas de um jeito artesanal e desviante. Pois elas não aceitam erotismo algum. Nos impedem de qualquer voyerismo radical. Assim sendo, eu deveria pensar em prompts que não fossem literais, mas sim que aludissem a órgãos sexuais mutantes. Então comecei a escrever “obeliscos mutantes cheios de olhos e bocas”, “totens” do mesmo modo, “monstros circulares”, “mutantes-bocas” “úmidos”, “gosmentos” com “línguas”, “tentáculos”, etc. Tudo isso para simbolizar pau, cu e boceta, além das bocas e línguas explícitas.

Gerados os fragmentos transviados, comecei a pensar em qual videogame que me serviria como tecitura para todos esses recortes. Veio-me à lembrança o X-Man, jogo adulto para o Atari 2800, de 1983. Mas eu não queria nada tão obvio. Foi então que me lembrei do jogo da cobrinha. Em especial que havia um buraco pelo qual a cobrinha queria entrar. Bingo! Entrou! Foi ela a escolhida como elo viscoso dos fragmentos erógenos mutantes da I.A.

Para dar uns retoques mais retrô ainda, fui atrás daqueles antigos vídeos pedagógicos que os EUA faziam para educar sua juventude. Aqueles em preto e branco narrados por médicos. Encontrei um perfeito para me servir como ironia ao que eu queria provocar. Um no qual haviam letreiros contra a masturbação! Yeah! Entrou também! Além desses letreiros, houve duas outras entradas sorrateiras: um trecho de “O enigma do outro mundo” (1985); e por fim… a cereja do bolo proto-eroguro! Entra em cena, o dotô h[ERÊ]sI.A. Mas para saber como termina, assistam ao videoclipe e divirtam-se!

léo (130) pimentel (pigmento + pixel) souto (soul to)

[A]m[A]nt[E] da h[E]r[E]si[A] & m[A]²|TrM|[I]

cerrado, outono, 2024



sexta-feira, 7 de junho de 2024

[Lançamento - assista agora!] ETERNORGASMO: novo animaforismo trata de nanorobôs indutores de orgasmo para a busca da transcendência

"EternOrgasmo" é um animaforismo e vídeo oficial do projeto musical POSTHUMAN WORM, capitaneado por Cyberlord (aka Ciberpajé). A animação é um conto-aforismo-sonoro que fala de um futuro hipertecnológico na "Aurora Pós-Humana" no qual nanorobôs indutores de orgasmo tornam-se baratos e acessíveis e milhões de seres vão usufruir de suas habilidades entrando em um estado de transe orgástico por horas ininterruptas e chegando à transcendência do ego e à reconexão com a natureza e o Cosmos. Assista-o neste link, ou abaixo:



A faixa musical que engedrou a obra foi "Nanobot Orgasm Inductors" do álbum "CybOrgasmOrgy" do POSTHUMAN WORM, um lançamento da gravadora "Terceiro Mundo Chaos Discos", de Curitiba, Brasil. Ouça-o na íntegra neste link, e adquira o CD do álbum neste link.


EternOrgasmo foi concebido dirigido e editado pelo Ciberpajé (aka Edgar Franco) em parceria com C.N.S. (aka Diogo Soares) que alimentaram uma rede neural com mais de 300 artes originais e algumas fotos do Ciberpajé, realizando assim um banco de dados exclusivo para a geração das animações.

Sobre o conceito que engendra EternOrgasmo e o álbum "CybOrgasmOrgy" do POSTHUMAN WORM, o Ciberpajé destaca:

Os aspectos visuais e sonoros do Posthuman Worm estão inseridos no contexto de meu universo ficcional da “Aurora Pós-humana”, nele a evolução hipertecnológica e da consciência possibilitará gradativamente a migração psicossexual dos desejos da atual era Freudiana - estruturada sobre traumas, tabus sexuais, e desejos reprimidos -, avançar para uma era Junguiana – na qual as criaturas terão acesso irrestrito ao inconsciente das espécies -, e finalmente mergulhar em uma era Grofiana (Stanislav Grof), caracterizada pela penetração no inconsciente universal. Mas nos estágios iniciais de aceleração tecnológica a sexualidade em transformação produzirá novas perversões e múltiplas insanidades como robô-copulações doentias, a criação de andróides escravos sexuais e a degeneração de alguns humanos que vibram só nas baixas frequências. Mas ao longo das décadas seguintes a liberação sexual pós-humana terá resultados positivos, pois libertará a humanidade do estigma Freudiano. No contexto da “Aurora Pós-humana” a sexualidade das criaturas é a mais variada e iconoclasta. Imagine que existem os mais diversos humanimais, como híbridos de mulher e golfinho, homem e cavalo, e todos podem ser hermafroditas e transgêneros, possuindo múltiplos órgãos sexuais masculinos e femininos. Você pode colocar um pênis de asno em sua testa e sua parceira ou parceiro uma vagina de baleia entre os olhos. A biogenética está tão avançada que consegue produzir essas aberrações e irrigá-las, além de gerar novas conexões neuronais múltiplas, ampliando a região cerebral responsável pelo orgasmo. Os tabus e taras sexuais podem ser quebrados e vividos livremente. No contexto de minha ficção científica essa total liberação sexual – conseguida pela produção de biobots transgênicos - propõe que as amarras sexuais nunca foram um problema real, toda a moral era simplesmente um bloqueio ancestral baseado em dogmas arcaicos. Com a liberação e realização completa dos desejos sexuais reprimidos as criaturas podem finalmente concentrar seu pensamento e desejo em uma verdadeira evolução da consciência na busca da transcendência. Nesse álbum, em alguns momentos, assumo a identidade de um desses pós-humanos, Cyberlord, exorcizando taras sexuais e libertando-se para o caminho da consciência cósmica.